A experiência do trabalho impacta diferentemente homens e mulheres, e as relações que se estabeleciam nas fábricas de tecidos do início do século XX, bem como, as manifestações nas ruas promovidas pelos/as operários/as expressavam essas assimetrias. Assim, no artigo “’A alma da mulher brasileira explodiu em vibrante protesto’: condições de trabalho feminino e formas de resistência em fábricas têxteis do Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século XX” publicado na Trashumante: Revista Americana de História Social, Isabelle Pires e Felipe Ribeiro propõem analisar como se estabeleciam as dinâmicas de trabalho em fábricas têxteis no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, a partir da perspectiva de gênero. Além disso, atentam para os modos de resistência utilizados pela mão de obra feminina nesses espaços explorados e hierarquizados de trabalho, em que as mulheres, geralmente, recebiam remunerações menores do que as pagas aos homens.
Os autores procuram demonstrar que as operárias têxteis buscaram se posicionar frente a formas de exploração, abusos, imposições arbitrárias das companhias e tentaram criar formas para que suas demandas tivessem o protagonismo necessário e implementaram meios para que suas companheiras se sentissem mais à vontade para ocupar os espaços públicos de militância. O artigo possibilita que o/a leitor/a perceba que focalizar as relações de gênero nos espaços de trabalho abre novas possibilidades e questões para as análises dos mundos do trabalho.
Artigo “El alma de la mujer brasileña explotó en vibrante protesta”. Condiciones de trabajo femenino y formas de resistencia en las fábricas textiles de Río de Janeiro en las primeras décadas del siglo XX – Felipe Ribeiro e Isabelle Pires publicado na revista Trashumante. Revista Americana de Historia Social. n 12 (2018). Acessar: http://aprendeenlinea.udea.edu.co/revistas/index.php/trashumante/article/view/334124/20790080