Patrícia Gonçalves de Oliveira
Secretaria Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ)1
Apresentação da atividade:
Segmento: 9º ano do Ensino Fundamental
Unidade temática: Segunda Guerra Mundial e divisão sexual do trabalho.
Objetivos gerais:
– Identificar, analisar e reconhecer o protagonismo das mulheres junto aos desdobramentos que se deram ao longo da Segunda Guerra,
– Estimular a percepção discente ao que concerne a força de trabalho feminina nesse período, assim como no pós-guerra.
– Discutir as questões que envolvem a divisão sexual do trabalho.
Habilidades a serem desenvolvidas (de acordo com a BNCC)
– (EF09HI08) Identificar as transformações ocorridas no debate sobre as questões da diversidade no Brasil durante o século XX e compreender o significado das mudanças de abordagem em relação ao tema.
– (EF09HI09) Relacionar as conquistas de direitos políticos, sociais e civis à atuação de movimentos sociais.
– (EF09HI10) Identificar e relacionar as dinâmicas do capitalismo e suas crises, os grandes conflitos mundiais e os conflitos vivenciados na Europa.
Duração da atividade: 3 tempos de 50 minutos.
Aulas | Planejamento |
1° tempo | Exposição do desenvolvimento e desdobramentos políticos, sociais e econômicos que envolveram o conflito. |
2º tempo | Apresentação, exibição e análise dos vídeos. |
3° tempo | Debate e exposição das reflexões promovidas. |
Atividade
Recursos: Datashow e/ou smartphones; computador com acesso à internet
Etapa 1:
Aula temática expositiva: abordagens acerca dos desdobramentos gerais da Segunda Guerra Mundial e, de forma mais específica, atuação das mulheres no conflito (ex: trabalho nas indústrias, produção agrícola, participação no front de batalha).
Após a abordagem temática o(a) docente deve sugerir à turma que pense acerca de quais atividades acreditam que eram realizadas pelas mulheres daquela época e porque a realizavam, anotando suas reflexões no caderno. Em seguida serão apresentadas imagens das mulheres trabalhadoras, atuando tanto na indústria quanto nos movimentos de resistência. Após a análise dessas imagens algumas questões serão introduzidas pelo professor ou professora que deverão ser respondidas pelos alunos e alunas também no caderno:
- Você imaginava que mulheres haviam atuado nas indústrias e movimentos de resistência durante a Segunda Guerra?
- Você imagina que tais atuações foram importantes para a sociedade?
- Você acreditava que as mulheres daquele tempo fossem capazes de realizar essas atividades?
Etapa 2:
Apresentação e exibição dos vídeos sobre a força de trabalho feminina durante o conflito. Utilizar Datashow para exibição síncrona e coletiva ou smartphones (dos próprios alunos, se for o caso) para exibição individual ou compartilhada. Para isso, é necessário fornecer o link aos discentes.
Etapa 3:
O(a) docente deverá propor uma roda de conversas para a exposição das reflexões dos alunos, acerca da atuação das mulheres, assim como a exploração da força de trabalho feminina durante o conflito. Também deverá introduzir questionamentos que possibilitem a discussão sobre a divisão sexual do trabalho.
Ao propor o debate em roda de conversas aberta, é importante que o(a) docente estimule a participação de todos os discentes, a fim de que todos tenham a oportunidade de contribuir com seus próprios questionamentos e reflexões. Para isso, a introdução de questões que fomentem e promovam a exposição dessas ideias por parte do(a) docente é um dos recursos estratégicos da atividade.
Exemplo de questões levantadas pelo(a) docente no momento do debate:
“Vocês acreditam que existem trabalhos específicos para homens e mulheres?”
“As pessoas devem exercer atividades pré-determinadas segundo o sexo?”
“Vocês acreditam que as pessoas possuem capacidade intelectual diferente de acordo com o sexo?”
Bibliografia
- BRUSCHINI, Maria Cristina Aranha; COSTA, Albertina de Oliveira; HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle; SORJ, Bila. et al (orgs). Mercado de trabalho e gênero: comparações internacionais. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2008.
- LESKIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
- QUÉTEL, Claude. As mulheres na guerra/volume1/1939-1945. São Paulo: Ed. Larousse, 2009.
1 Mestra em Ensino de História pelo PROFHISTÓRIA/PUC-RJ
Crédito da imagem de capa: Mulheres no esforço de guerra nos EUA. https://www.jornaltornado.pt/as-mulheres-da-segunda-guerra-mundial/: Acesso em 24/02/2021
Chão de Escola
Nos últimos anos, novos estudos acadêmicos têm ampliado significativamente o escopo e interesses da História Social do Trabalho. De um lado, temas clássicos desse campo de estudos como sindicatos, greves e a relação dos trabalhadores com a política e o Estado ganharam novos olhares e perspectivas. De outro, os novos estudos alargaram as temáticas, a cronologia e a geografia da história do trabalho, incorporando questões de gênero, raça, trabalho não remunerado, trabalhadores e trabalhadoras de diferentes categorias e até mesmo desempregados no centro da análise e discussão sobre a trajetória dos mundos do trabalho no Brasil.
Esses avanços de pesquisa, no entanto, raramente têm sido incorporados aos livros didáticos e à rotina das professoras e professores em sala de aula. A proposta da seção Chão de Escola é justamente aproximar as pesquisas acadêmicas do campo da história social do trabalho com as práticas e discussões do ensino de História. A cada nova edição, publicaremos uma proposta de atividade didática tendo como eixo norteador algum tema relacionado às novas pesquisas da História Social do Trabalho para ser desenvolvida com estudantes da educação básica. Junto a cada atividade, indicaremos textos, vídeos, imagens e links que aprofundem o tema e auxiliem ao docente a programar a sua aula. Além disso, a seção trará divulgação de artigos, entrevistas, teses e outros materiais que dialoguem com o ensino de história e mundos do trabalho.