Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ, que tem como objetivo discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.

 O episódio #23 do Vale Mais é sobre Trabalhadores da Amazônia Setentrional

Neste episódio conversamos com o historiador Marlos Vinícius Gama de Matos que recentemente defendeu sua dissertação de mestrado intitulada “Modernização e condições de labuta na Amazônia Setentrional: força de trabalho, acidentes e doenças tropicais na gênese de um projeto de extração mineral no Amapá (1948-1956)” pela Universidade Federal do Amapá (Unifap) sob a orientação da professora Lara Vanessa de Castro Ferreira.  
Vinícius defendeu em 2022 a dissertação na qual analisa o perfil da mão de obra empregada na Indústria e Comércio de Minérios S.A entre 1948 e 1956, bem como investiga acidentes e doenças do (e no) trabalho, revelando, portanto, as condições de vida e trabalho em que diversos trabalhadores foram historicamente submetidos.
A partir de diferentes tipologias de fontes como registros e fichas de empregados, artigos da revista Icomi-Notícias e do Jornal Amapá, fotografias relacionadas à Icomi, dentre outras, o historiador traz à tona a relação entre o projeto de exploração mineral capitaneado pela Icomi com as diretrizes econômicas e políticas do Território Federal do Amapá e do governo federal.
Além disso, o autor, a partir dos milhares registros de empregados (e algumas dezenas de fichas) analisados de forma quantitativa, demonstra que a força de trabalho icomiana era condizente com um perfil de uma mão de obra da construção civil, ou seja, masculina, volátil, jovem, solteira e migrante; chamando ainda a atenção para as condições de labuta dos trabalhadores que envolviam a falta de segurança no trabalho e longas jornadas com o emprego de roupas e equipamentos inadequados, o que poderia causar fadiga, acidentes, e o aumento da incidência de doenças como malária e tuberculose.

Produção: Alexandra Veras, Isabelle Pires, João Christovão, Larissa Farias e Yasmin Getirana
Roteiro: Alexandra Veras, Isabelle Pires, João Christovão, Larissa Farias e Yasmin Getirana
Apresentação: Larissa Farias 

Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ. O objetivo é discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.

O episódio #07 é sobre Estátuas, memórias e mundos do trabalho.

Desde maio de 2020, protestos antirracistas iniciados nos Estados Unidos têm sacudido o mundo e levantado debates não apenas sobre as desigualdades sociais e raciais e a violência policial, mas também sobre o papel da história e da memória em sociedades marcadas pelo colonialismo e pelo racismo estrutural. Em particular, a derrubada de estátuas de escravocratas e o ataque a outros símbolos públicos que remetem ao racismo e à dominação colonial surpreendeu a muitos e tem gerado intensos debates na imprensa e redes sociais.

Para refletir sobre esse debate à luz das relações entre memória, patrimônio e história do trabalho, conversamos com a antropóloga e historiadora Luciana Heymann, professora do Programa de Pós-Graduação em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz).

Produção: Deivison Amaral, Julia Chequer, Heliene Nagasava e Paulo Fontes.
Roteiro: Julia Chequer, Heliene Nagasava, Deivison Amaral e Paulo Fontes.
Apresentação: Julia Chequer.

Referências indicadas para quem quer saber mais ou citadas no episódio:

Alois Riegl. O Culto Moderno dos Monumentos
Andreas Huyssen. Culturas de um passado presente.
Boaventura de Souza Santos. As estátuas do nosso descontentamento. (Acesse no site da Mídia Ninja)
Elizabeth Jelin. La lucha por el pasado: Cómo construimos la memoria social
Françoise Choay. A alegoria do patrimônio
Jacques Le Goff. História e Memória
Memory Studies (periódico acadêmico)

Créditos da Imagem de Capa: Estátua de Edward Colston é jogada no rio Avon, em Bristol – Giulia Spadafora – 7.jun.20. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/06/londres-reabre-debate-sobre-politicamente-correto-ao-revisar-estatuas-de-racistas.shtml

Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ. O objetivo é discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.
O episódio #06 é sobre Epidemias e trabalhadores do Norte e do Nordeste.
A história da região Amazônica foi marcada por surtos epidêmicos de doenças tropicais. Esses episódios foram agravados pela pobreza, por condições sanitárias precárias e sobretudo pela demora de uma resposta de assistência por parte do Estado. Na caatinga nordestina as epidemias e doenças assolaram as obras emergenciais para combater as secas, especialmente na década 1950. Dando continuidade à nossa série que traz os temas da saúde pública e das epidemias sob a ótica dos mundos do trabalho, o foco de hoje são os trabalhadores das regiões norte e nordeste do país.
Conversamos com a historiadora Lara de Castro, professora da Universidade Federal do Amapá e presidenta da Seção Amapá da Associação Nacional de História (Anpuh).

Produção: Deivison Amaral, Julia Chequer, Heliene Nagasava e Paulo Fontes.
Roteiro: Julia Chequer, Heliene Nagasava e Paulo Fontes.
Apresentação: Julia Chequer e Yasmin Getirana.
Artigo É “gente que só o diabo”: “trabalhadores-cassacos” no lavor das obras contras as secas no Ceará (1950) de autoria de Lara de Castro.
http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364345969_ARQUIVO_ArtigoAnpuh2013LaradeCastro.pdf
Créditos da Imagem de Capa: Durante a seca, frente de trabalho desloca-se no leito seco de um rio na região Nordeste. Nordestinos fogem da seca e da fome. Acervo Memorial da Democracia. Disponível em: http://memorialdademocracia.com.br/card/retirantes-fogem-da-seca-e-da-fome#card-102