As discussões historiográficas acerca do pós-abolição e a constituição dos mundos do trabalho fabril não são recentes no Brasil, bem como a compreensão da mão de obra escravizada, anteriormente, como trabalhadora. No entanto, novas pesquisas e abordagens visam reexaminar essas aproximações entre a classe trabalhadora oitocentista e classe trabalhadora fabril no século XX como o artigo “Ferreiros, ‘escravos operários’ e metalúrgicos: trabalhadores negros e a metalurgia na cidade do Rio de Janeiro e na microrregião Sul Fluminense (Século XIX e XX)” de Thompson Clímaco, graduando em história pela UFRJ e pesquisador do LEHMT-UFRJ e Antonio Bispo, mestre em História Comparada pela UFRJ.
Neste texto, a cidade do Rio de Janeiro e a microrregião Sul Fluminense são mobilizadas visando uma nova perspectiva em torno da construção dos espaços de trabalho e classe operária entre os séculos XIX e XX. Por meio da análise dos locais de trabalho, da construção dos lugares de memória, territórios e processos históricos. Clímaco e Bispo Neto analisam experiências de trabalhadores negros que deram sentidos diversos, àqueles espaços, criando e recriando memórias, costumes e práticas.
Ademais, os historiadores também buscam destacar possíveis permanências na divisão de trabalho interna das fábricas, dentre elas: insalubridade, remuneração e autonomia – num contexto de negociação e conflito – dos proletários negros. Assim como suas experiências migratórias em busca de trabalho nas fábricas e a construção de sociabilidade fora delas, nas primeiras décadas do século XX.
O artigo compõe o dossiê “Mundos do Trabalho”, organizado pelas doutorandas Clarisse Pereira (UFF) e Heliene Nagasava (CPDOC/FGV) na revista Cantareira da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Para conferir o texto, acesse: https://periodicos.uff.br/cantareira/article/view/44525
Créditos da imagem de capa: Centro de Memória do Sul Fluminense (CEMEFS). Metalúrgicos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na oficina. Volta Redonda, 1947.