Ao final do ano de 2019, foi lançado o livro História escrita, história vivida: movimentos sociais, memória e repressão política na ditadura militar brasileira. Publicada pela editora Lamparina, a obra reúne pesquisadores e pesquisadoras que estudam sobre a ditadura militar no estado do Rio de Janeiro.
A coletânea, organizada pelos professores Jean Rodrigues Sales, Luís Edmundo Moraes, Marcos Bretas e Abner Sótenos, teve origem em um projeto de pesquisa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), por meio do edital de apoio ao estudo de temas relacionados ao direito à memória, à verdade e à justiça, relativas às violações de direitos humanos. Intitulado O testemunho como janela, este projeto buscou analisar o perfil dos atingidos pela ditadura militar e a estrutura repressiva existente em território fluminense a partir dos testemunhos prestados à Comissão de Reparação do Estado do Rio de Janeiro. Um balanço sobre este projeto, em forma de notas de pesquisa, encontra-se logo no início do livro, seguido de mais cinco capítulos sobre temas que dialogam em alguma medida com o projeto.
O segundo capítulo, por exemplo, foi escrito por Felipe Ribeiro, professor da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e também integrante do LEHMT. Neste texto, intitulado “A Revolução conseguiu desbaratar todos os revolucionários”: repressão aos trabalhadores e rearticulação das forças políticas frente ao golpe de 1964,o autor retoma reflexões de sua tese de doutorado, defendida em 2015, analisando as relações entre trabalhadores, sindicatos e partidos políticos frente ao governo autoritário recém-instaurado.
Como destacam os organizadores do livro em sua apresentação: “em um momento no qual setores da sociedade defendem o retorno do autoritarismo, as reflexões sobre tais temas tornam-se cada vez mais urgentes e relevantes”.
O livro “História escrita, história vivida” encontra-se disponível nas principais livrarias e também no site da editora Lamparina.