Chão de Escola #52: O trabalho ontológico no ensino de História na Educação de Jovens e Adultos
Adriana Maria Paulo da Silva (Doutora em História pela Universidade Federal de Pernambuco, professora do Programa de Pós-graduação em Educação e do ProfHistória da UFPE).
Sheyla Maria de Oliveira Vasconcelos (mestre em Enisno de História pela Universidade Federal de Pernambuco, professora do Ensino Regular e da Educação de Jovens e Adultos da rede pública no Município de Caruaru–PE).

Apresentação da atividade
Segmento: Educação de Jovens e Adultos- Anos Finais
Unidade temática: Trabalho
Objetivos gerais:
– Compreender o trabalho como princípio educativo, articulando suas dimensões históricas, sociais e ontológicas à realidade dos(as) estudantes da EJA.
-Valorizar as experiências de vida e trabalho dos(as) estudantes, promovendo o reconhecimento de seus saberes como parte integrante do processo de aprendizagem.
-Desenvolver a escuta crítica, a oralidade e a produção colaborativa de conteúdos, por meio da criação de podcasts como ferramenta de expressão e construção do conhecimento.
-Estimular o pensamento reflexivo sobre as condições contemporâneas do mundo do trabalho, relacionando-as ao cotidiano dos(as) trabalhadores(as) e às lutas por direitos e dignidade.
Habilidades a serem desenvolvidas (de acordo com a BNCC).
(EF06HI05) Descrever modificações da natureza e da paisagem realizadas por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos indígenas originários e povos africanos, e discutir a natureza e a lógica das transformações ocorridas.
(EF06HI16) Caracterizar e comparar as dinâmicas de abastecimento e as formas de organização do trabalho e da vida social em diferentes sociedades e períodos, com destaque para as relações entre senhores e servos.
(EF08HI03) Analisar os impactos da Revolução Industrial na produção e circulação de povos, produtos e culturas.
(EF09HI06) Identificar e discutir o papel do trabalhismo como força política, social e cultural no Brasil, em diferentes escalas (nacional, regional, cidade, comunidade).
(EF09HI18) Descrever e analisar as relações entre as transformações urbanas e seus impactos na cultura brasileira entre 1946 e 1964 e na produção das desigualdades regionais e sociais.
Duração da atividade: 6 aulas de 50 min
Aulas | Planejamento |
01 | Etapa 1 |
02 | Etapa 2 |
03 e 04 | Etapa 3 |
05 | Etapa 4 |
06 | Etapa 5 |
Conhecimentos prévios:
– O mundo do trabalho sob o olhar das experiências pessoais e da comunidade em que vive.
-Compreensão dos direitos e deveres dos trabalhadores(as).
-Refletir sobre desigualdades vivenciadas no cotidiano laboral: mulheres/homens; negros/brancos; pobres/ricos).
Atividade
Recursos: objetos produzidos de modo artesanal e industrial. Trazemos alguns exemplos: fósforo, lápis, retalho de tecido, colher de pau e boneco de barro, quadro e o pincel.
Etapa 1: Do trabalho ontológico ao surgimento das divisões do Trabalho
Aula 1
Primeira parte, duração: 15 min.
Ao longo de sua trajetória, a humanidade sempre teve o trabalho como um dos principais motores de transformação do seu modo de vida. Esse processo histórico resultou em profundas mudanças, atribuindo múltiplos significados ao trabalho: para alguns, ele representa realização e dignidade; para muitos, porém, tornou-se sinônimo de sofrimento e opressão. Neste contexto, refletir sobre o trabalho em sua dimensão ontológica, ou seja, como elemento constitutivo e emancipador da existência humana permite a compreensão do conceito trabalho em sua evolução histórica, e, ao mesmo tempo, permite a identificação de sua importância na vida individual e coletiva.
ATIVIDADE EM GRUPO:
Professor/a, após uma breve introdução, divida a turma em grupos de cinco estudantes. Entregue em cada grupo um objeto: fósforo, lápis, retalho de tecido, colher de pau e boneco de barro (objetos produzidos de modo artesanal ou industrial); provoque questionamentos sobre o objetivo recebido. Solicite aos grupos para apresentarem os objetos, explicando sua utilidade e o modo como são feitos: se são (artesanais ou industrializados).
DINÂMICA SOBRE CONHECIMENTOS PRÉVIOS:
1) Escreva no quadro a palavra TRABALHO e pergunte qual o significado (ou os significados) dessa palavra e qual lugar ele tem nas suas vidas.
Expectativa de respostas: possibilidade de melhoria de vida: meio de sobrevivência; garantia de salário; obrigação.
2) Pergunte se há a possibilidade de se viver sem trabalhar.
Expectativa de respostas: Sim (exemplificando os casos de pessoas receberem dos programas sociais e conseguirem sobreviver sem trabalhar ou de pessoas aposentadas, sugerindo que é possível não trabalhar, mas não é possível não ter uma renda). Caso a conversa siga essa lógica, demonstraremos aos estudantes que, para a maioria das pessoas, o significado de trabalho está atrelado à obtenção de uma renda.
3) Escreva no quadro: trabalho ontológico e trabalho histórico. Pergunte à turma: vocês já ouviram falar destas expressões? Vocês imaginam quais os significados?
A expressão “ontológico” é desconhecida pela maioria das pessoas. Expectativa de resposta: as expressões se relacionam com o trabalho que exige experiência para uma determinada vaga ou, que exige cursos específicos; ou deve ser algo relacionado ao empreendedorismo.
Segunda parte, duração 25 min
Professor/a, nesse momento, explique que o trabalho ontológico é uma expressão filosófica. É o ato de construir/utilizar coisas ou situações em favor da sobrevivência humana na natureza (hostil à espécie). A espécie humana precisa modificar a natureza para sobreviver. Ao fazer isso, ao transformar a natureza para nela sobreviver (citar os exemplos das cavernas que viraram casas, das peles de bichos que viraram roupas e calçados; do fogo que virou fogueira, da cachoeira que virou chuveiro), a humanidade construiu a si mesma.
Posteriormente, explique o que é o trabalho histórico. É este que realizamos, coletivamente, ao longo da história da humanidade: o trabalho escravo (na antiguidade e na modernidade), o trabalho servil (no medievo), o trabalho assalariado (no tempo presente), o desemprego (no tempo presente), o trabalho autônomo (de profissionais liberais, por exemplo, que existem desde a antiguidade).
Perguntar aos grupos: Se vocês tivessem que “classificar” estes objetos que vocês receberam entre ontológicos e históricos, como vocês classificariam? Por quê? Expliquem. (Pediremos que um(a) a um(a), classifiquem os objetos recebidos).
Explicar de acordo com as respostas que desde os tempos mais remotos, a humanidade utilizou diferentes modos de produzir suas vestimentas para se proteger do frio e do calor. A utilização de peles de animais, do algodão, da fibra de caroá, e de outras matérias-primas, se relaciona a esta necessidade. Com o surgimento das máquinas (a partir da revolução industrial), das linhas de produção e da comercialização em grande escala, deixamos de fazer isso (e muitas outras coisas) e nos tornamos empregados das fábricas. Elucide que hoje a palavra trabalho significa “emprego”, e não “criação” (como foi na origem da humanidade).
Etapa 2: Conceição das Crioulas
Aula 2
Primeiro momento: Duração: 20-30 min
Recursos: Quadro, lápis, cadernos e livreto “Comunidade quilombola Conceição das crioulas” impresso (ou em PDF).
Professor/a, faremos em sala a leitura do livreto intitulado “Comunidade quilombola Conceição das crioulas”, sobre o território quilombola existente no município de Salgueiro em Pernambuco, disponível no ANEXO I. O livreto faz parte da coleção “Terras de quilombos”, produzido por Maria Letícia de Alvarenga Carvalho em 2016 e contém vinte páginas. Como é permitido ser baixado em PDF possibilita a distribuição aos estudantes.
Esta leitura possibilita conhecer o que venha a ser um quilombo e ao mesmo tempo apresenta a história da comunidade formada por 750 famílias. Originada do trabalho de seis mulheres negras, as “crioulas” como são chamadas, persistiram em meio aos desafios da perseguição étnica em meados dos séculos XVIII e XIX, construindo o que é hoje o quilombo. O trabalho das fundadoras se dava por meio da utilização de recursos extraídos da vegetação daquele lugar, como o algodão e a caroá.
Anexo I – Comunidade quilombola Conceição das crioulas
Após a elucidação inicial, realize a leitura coletiva da introdução até a página três livreto, no qual há uma abordagem conceitual sobre a formação dos quilombos e sua importância para nossa história. Explique o termo e enfatize sobre a importância do trabalho (ontológico) realizado nestes espaços. Destaque que a terra fornece através de sua vegetação, plantas como a caroá, que permitem, a partir da transformação (artesanal e criativa) de suas fibras, a criação de produtos, dentre os quais, bonecas que representam a luta e a resistência das mulheres fundadoras do quilombo.
Explique que a fabricação das bonecas pode ser um exemplo atual de trabalho ontológico (exercido como realização da criatividade humana).
Segundo momento, duração: 10 min
ATIVIDADE
Em seguida, no quadro, produza uma tabela de acordo com o modelo abaixo. Peça aos estudantes que escrevam na primeira coluna nomes de objetos/coisas produzidas pelo homem, e marquem um “X” na coluna que representa o meio de sua produção: “trabalho ontológico” ou “trabalho histórico”. Lembre-nos de que determinadas coisas podem ser produzidas pelos dois meios.
COISAS PRODUZIDAS PELA HUMANIDADE | TRABALHO ONTOLÓGICO | TRABALHO HISTÓRICO |
Etapa 3: Preparando um podcast: ouvir para realizar
Aula 3 e Aula 4
Recursos: Caixa de som, Datashow, cabo P2 (compatível para ligar celular a caixa de som) e celulares.
Duração: 1h 20min
Primeiro momento: Professor, inicialmente, coloque o seguinte anúncio na entrada da sala: “Entre em silêncio!”
Após a acomodação da turma, inicie a reprodução do podcast. “Dá pra dar conta de tudo” da plataforma “mamilos” (Podcast mamilos, episódio 347, 16 de maio de 2022).
Anexo II – “Dá pra dar conta de tudo”
Nos três minutos iniciais, o podcast destaca nossas obrigações e nossa necessidade de dar conta de questões relacionadas ao trabalho, à família, aos amigos e ao lazer. Destaca que, muitas vezes, as 24h são insuficientes para dar conta de tudo (e estas são queixas rotineiras dos nossos estudantes da EJA), e nos falta tempo. Ouvir pode aproximá-los(as) deste aspecto comum do cotidiano laboral contemporâneo. Como a duração do podcast é de 1h e 28 min, sugira aos estudantes a escuta completa em outro momento.
Dialogue com os estudantes sobre as suas impressões após a escuta (se concordam com o conteúdo ouvido, se gostaram da ferramenta e se gostariam de produzir um podcast).
Segundo momento: Explicação sobre a ferramenta podcast. Duração: de 18 a 40 min.
Sugerimos que o roteiro seja construído coletivamente com os estudantes. Posteriormente, apresente os diferentes formatos de podcast, dando exemplos das possibilidades de narrativa dentro deste formato.
Etapa 4: Apresentar o anchor e produzir o podcast
Aula 5
Recursos: Caixa de som, cabo P2 compatível para ligar celular em caixa de som.
Duração: 40 min
1) Sugerir aplicativo para a gravação do podcast e o apresente aos estudantes por meio de slides.

2) Professor/a, pergunte aos estudantes se eles conhecem e/ou utilizam o aplicativo spreaker.
3) Em seguida, apresente os programas para edição de podcasts:
A) Spreaker Podcast Studio é gratuito e compatível com Android e IOS. A ferramenta permite a edição e publicação através do app do celular, além de transmissão ao vivo ou gravação off-line. DolbyOn: Record Audio & amp; Video, oferece compatibilidade com os sistemas Android e IOS, permite também a gravação de vídeos e ferramentas para edição de áudio.
B) Anchor é uma plataforma também gratuita e compatível com aparelhos Android e IOS de fácil utilização, contido no Spotify é considerada a mais completa. Sugerimos o Anchor por ser gratuito e de fácil utilização, podendo ser baixado na loja de aparelhos android e IOS (Apresente por meio de slide as imagens do aplicativo).
Ao acessar a loja de aplicativos, a imagem abaixo aparecerá:

Após baixar o aplicativo, aparecerá a seguinte tela:

4) Professor/a, destaque que ao clicar em: “criar um episódio”, há a opção de inserir uma vinheta de uma música. Oriente-os (as) que escolham uma que dialogue com seu tema. O Anchor disponibiliza uma variedade de vinhetas diversificadas com ritmos musicais, tais como: beats, calmo, alegre, curioso, dramático, eletrônico, folclórico, melancólico, sinistro, soud effects, trailers, inconstante. Permitindo a escolha do mais adequado a sua gravação, é só clicar em uma das opções e escolher a vinheta.

5) Nesta etapa, os estudantes devem escolher um nome para seu podcast que dialogue com o assunto ou assuntos tratados. Na barra URL do perfil aparece o e-mail de quem acessa.

6) Sugerir as etapas da gravação
– Sugira que coloquem uma saudação e façam a apresentação dos convidados (se houver).
– Em seguida, fale sobre quem são os(as) autores(as) do podcast e qual, ou quais pessoas irão participar do episódio que está sendo gravado: Quem é a pessoa? Onde ela trabalha? Qual a sua formação? É importante que o ouvinte tenha essas informações.
– Como será o primeiro episódio, lembre-se de salvá-lo. Caso houver adiante a produção de outros episódios, nomeie a sequência como episódio 2, episódio 3, e assim por diante.
7) Gravação: 20 min.
– Após o passo a passo acima, os estudantes podem ser convidados a desbravarem o aplicativo, começando a gravação.
– A realização da primeira gravação em sala de aula serve como esboço. Oriente-os para que em lugar silencioso, refaçam a gravação final.
Etapa 5: Gravação do podcast
Aula 6
Duração: 40 min
APRESENTAÇÃO: “Olá! Você está ouvindo o podcast Vozes do Trabalho, um espaço para pensar e falar sobre a nossa vida de quem trabalha e estuda. Aqui, a gente escuta, aprende e compartilha histórias.”
O QUE É O TRABALHO? (2 min)
– Breve explicação sobre o conceito de trabalho.
– Reflexão: “Desde que deixamos de viver da caça e da coleta, o trabalho se tornou uma forma de transformar o mundo ao nosso redor. Trabalhar é o que nos torna humanos.”
Tema 1: A história do trabalho (3 min)
– Da agricultura à Revolução Industrial.
– Surgimento dos patrões e empregados.
– Breve menção à luta por direitos: férias, salário-mínimo, jornada de 8h.
Tema 2: O trabalho hoje (3 min)
– Informalidade, desemprego, precarização.
– Desigualdade de gênero, raça e idade no mercado de trabalho.
– Exemplos locais: feira, comércio, serviços, trabalho doméstico.
Tema 3: Vozes da sala (2–3 min)
– Trechos de depoimentos de estudantes da EJA sobre suas experiências de trabalho.
Possíveis perguntas: “Qual foi seu primeiro trabalho?”, “O que mudou no mundo do trabalho desde então?”, “O que você gostaria que mudasse?”
Fechamento (1 min)
Reflexão: “Trabalhar é parte da nossa vida. Mas também é nosso direito lutar por condições mais justas.”
Convite: “E você? Qual é a sua história de trabalho? Conta pra gente no próximo episódio!”
Agradecimentos e despedida.
Bibliografia e Material de apoio:
ANCHOR. [S. l.], 2023. Disponível em: https://podcasters.spotify.com/. Acesso em: 1 ago. 2023.
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho/ Ricardo Antunes. -16. Ed – São Paulo: Cortez, 2015.
ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho/ Ricardo Antunes. – [2.ed.10.reimpr.rev.e ampl.] – São Paulo. SP: Boitempo, 2009.
ARROYO, M. G. Passageiros da noite: do trabalho para a EJA: itinerários pelo direito a uma vida justa. Miguel G. Arroyo. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
AZEVEDO, Nilton. Trabalho como princípio educativo: uma busca pela definição do conceito e sua relação com o capitalismo. – Educação Profissional e Tecnologia em Revista, v.2, nº2, – Rede Federal de educação Profissional, Científica e Tecnológica 2018.
BARTIS, Cris et al. Dá pra dar conta de tudo? In: BARTIS, Cris et al. Dá pra dar conta de tudo? 347. ed. B9.com.br: Os mamilos, 16 mai. 2022. Disponível em: https://www.b9.com.br/shows/mamilos/mamilos-347-da-pra-dar-conta-de-tudo/. Acesso em: 13 jun. 2023.
CARVALHO, Maria Letícia de Alvarenga. Quilombo de Conceição das crioulas/ Maria Letícia de Alvarenga Carvalho. – Belo Horizonte: FAFICH, 2016. 16 p. (Terras de quilombo) baseado no relatório de identificação da comunidade negra de Conceição das Crioulas – Salgueiro/PE, realizado pela antropóloga Vânia Fialho em 1998.
FARIAS, João Paulo de Oliveira. O uso de podcast para o ensino e aprendizagem de história e produção e difusão com/para alunos do ensino médio/ João Paulo de Oliveira Farias. -Crato – CE, 2021.
FGV CPDOC. FGV. A era Vargas: dos anos 20 a 1945. In: A era Vargas: dos anos 20 a 1945. [S. l.], 1997. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/pesquisa-conhecimento/era- vargas. Acesso em: 1 ago. 2023.
ROGERO, Tiago. Os piores patrões. In: ROGERO, Tiago. Os piores patrões. 05. ed. Podcast do projeto Querino: Projeto Querino, 6 ago. 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VB3vLv84Gcw. Acesso em: 13 jul. 1923.
OLIVEIRA, Valdeci Maria da Silva. Artesol – Artesanato solidário. Disponível em: www.artesol.org.br. Acesso em: 17 de julho de 2023.
SPREAKER Podcast Studio Spreaker, Inc. [S. l.], 2023. Disponível em: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.spreaker.android.studio&hl=pt_BR& gl=US&pli=1. Acesso em: 1 ago. 2023.
TECHTUDO. Aplicativos: apps, downloads e mais – Softwares | TechTudo. In: Aplicativos: apps, downloads e mais – Softwares | TechTudo. [S. l.]: Editora globo, 1996. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/softwares/apps/. Acesso em: 1 ago. 2023.
ZANELLA, José Luiz. O trabalho como princípio educativo no ensino. 2003.Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual de Campinas SP.
Chão de Escola
Nos últimos anos, novos estudos acadêmicos têm ampliado significativamente o escopo e interesses da História Social do Trabalho. De um lado, temas clássicos desse campo de estudos como sindicatos, greves e a relação dos trabalhadores com a política e o Estado ganharam novos olhares e perspectivas. De outro, os novos estudos alargaram as temáticas, a cronologia e a geografia da história do trabalho, incorporando questões de gênero, raça, trabalho não remunerado, trabalhadores e trabalhadoras de diferentes categorias e até mesmo desempregados no centro da análise e discussão sobre a trajetória dos mundos do trabalho no Brasil.
Esses avanços de pesquisa, no entanto, raramente têm sido incorporados aos livros didáticos e à rotina das professoras e professores em sala de aula. A proposta da seção Chão de Escola é justamente aproximar as pesquisas acadêmicas do campo da história social do trabalho com as práticas e discussões do ensino de História. A cada nova edição, publicaremos uma proposta de atividade didática tendo como eixo norteador algum tema relacionado às novas pesquisas da História Social do Trabalho para ser desenvolvida com estudantes da educação básica. Junto a cada atividade, indicaremos textos, vídeos, imagens e links que aprofundem o tema e auxiliem ao docente a programar a sua aula. Além disso, a seção trará divulgação de artigos, entrevistas, teses e outros materiais que dialoguem com o ensino de história e mundos do trabalho.
A seção Chão de Escola é coordenada por Claudiane Torres da Silva, Luciana Pucu Wollmann do Amaral e Samuel Oliveira.