Nesta quarta edição da série “Vale a Dica” do LEHMT/UFRJ, Ana Luiza Fernandes (IPPUR/UFRJ) e Thompson Clímaco (PPHR/UFRRJ) comentam a exposição “Heitor dos Prazeres é meu nome”. Com curadoria de Pablo Léon de la Barra, Raquel Barreto e Haroldo Costa, a exposição pode ser vista no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, de 28 de junho a 18 de setembro de 2023.
Pintor, sambista, compositor e artista negro, Heitor dos Prazeres nasceu no Rio de Janeiro em 1898, vindo a falecer em 1966. Sua trajetória está diretamente ligada aos mundos do trabalho. Filho de trabalhadores migrantes, sendo seu pai marceneiro e músico, e sua mãe costureira e trabalhadora doméstica, essa experiência está fortemente presente em suas expressões artísticas, compondo particularidades que articulam debates caros à história social do trabalho. Em suas pinturas, evidente é o destaque dado ao cotidiano e variadas experiências da população negra trabalhadora carioca.

Projeto e execução: Alexandra Veras, Isabelle Pires, Larissa Farias, Victória Cunha e Yasmin Getirana

Nesta terceira edição da série “Vale a Dica”, Isabelle Pires, doutoranda em história pela UFRJ e pesquisadora do LEHMT/UFRJ, indica o filme Pureza, de Renato Barbieri, protagonizado por Dira Paz. Lançado em 2022, o filme retrata a história real de Pureza Lopes Loyola, mãe solo, que desafiou fazendeiros e jagunços para resgatar seu filho da escravidão contemporânea na Amazônia. A partir da busca de Pureza pelo seu filho, nos deparamos com a exploração do trabalho sob a coerção de armas, castigos físicos, e péssimas condições de vida e trabalho. O aliciamento para o trabalho braçal, como ressalta Isabelle, era feito através do reforço a uma certa noção de masculinidade, pautada na força, na coragem e na virilidade.
Nos últimos anos, os temas do trabalho forçado e do trabalho análogo à escravidão têm despertado cada vez mais o interesse de historiadores e historiadoras, ganhando espaço entre os temas de pesquisa da História Social do trabalho.

Projeto e execução: Alexandra Veras, Isabelle Pires, Larissa Farias, Victória Cunha e Yasmin Getirana

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Nesta segunda edição do “Vale a Dica”, Larissa Farias, graduanda em história pela UFRJ e pesquisadora do LEHMT/UFRJ, sugere a leitura do livro “Jubiabá” do escritor Jorge Amado. Tendo sua primeira publicação em 1935, o romance narra a trajetória de Antônio Balduíno, homem negro, pobre, crescido no morro do Capa-Negro, em Salvador (BA). Considerado de conteúdo subversivo à época, o cenário literário de Jubiabá nos leva a pensar sobre a questão racial no contexto da década de 1930, a articulação entre as identidades raciais e de classe, dentre outras que tornam o romance importante referência para pensar os mundos do trabalho.

Projeto e execução: Alexandra Veras, Isabelle Pires, Larissa Farias, Victória Cunha e Yasmin Getirana

“Vale a Dica” é uma série especial do Vale Mais, podcast do LEHMT/UFRJ, em que são apresentadas indicações culturais relativas aos temas da história social do trabalho. Nesta primeira edição, Yasmin Getirana, bolsista do CEDIM/UFRRJ e pesquisadora do LEHMT/UFRJ, sugere a leitura do livro “Cartas a uma negra” (2021) de Françoise Ega, no qual a autora endereça cartas (não entregues) a Carolina Maria de Jesus, autora do sucesso literário “Quarto de despejo”.

Projeto e execução: Alexandra Veras, Isabelle Pires, Larissa Farias, Victória Cunha e Yasmin Getirana

Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ, que tem como objetivo discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.

O episódio #27 do Vale Mais é sobre Trabalhadoras domésticas organizadas.

Yasmin Getirana, nossa convidada nesse episódio, é graduada em Relações Internacionais, já dirigiu dois curtas-metragens e defendeu, em 2021, uma Dissertação de Mestrado sobre as lutas diárias e a capacidade de organização das trabalhadoras domésticas no Rio de Janeiro. Com o título “Sozinha não posso”: A Associação Profissional de Empregadas Domésticas do Rio de Janeiro (1961-1973), Yasmin Getirana Gonçalves Vicente defendeu sua dissertação no Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ – PPGHIS-UFRJ, sob a orientação do professor Paulo Roberto Ribeiro Fontes. O recorte temporal da pesquisa tem como parâmetros o ano de criação da Associação no Rio de Janeiro e o ano de aprovação da Lei 5859, que é a primeira lei a estender direitos trabalhistas para a categoria das empregadas domésticas. O trabalho de Yasmin mostra que tanto os caminhos das lutas políticas da categoria, como as histórias de vida das mulheres por ela pesquisadas, não raro, acabam se misturando. E, se por um lado isso não é uma exclusividade dessa categoria de trabalhadoras, por outro fica evidente, ao longo do texto, a importância da luta pelo reconhecimento profissional e o respeito aos direitos de uma categoria que sempre carregou um estigma de não serem vistas como profissionais que são. Ao longo da conversa a nossa entrevistada deixa transparecer a força do trabalho que ela produziu. A entrevista é, assim como a dissertação, necessária. Apreciem.

Produção: Alexandra Veras, Isabelle Pires, João Christovão e Larissa Farias
Roteiro: Alexandra Veras, Isabelle Pires, João Christovão e Larissa Farias
Apresentação: Larissa Farias 

Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ, que tem como objetivo discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.

 O episódio #26 do Vale Mais é sobre Mulheres bancárias.

Neste episódio conversamos com a historiadora Luciana Carlos Geroleti que recentemente defendeu sua tese de doutorado intitulada “Mulheres nos bancos: caminhos da profissionalização e lutas por direitos (1960-2000)”, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sob a orientação da professora Dra. Janine Gomes da Silva. Luciana defendeu em 2019 a tese na qual analisa a profissionalização das mulheres nos bancos e as lutas que protagonizaram por seus direitos. A partir de fontes como jornais de circulação interna do Banco do Brasil, documentos e relatórios do Banco Bradesco, entrevistas de história oral com mulheres bancárias, documentação sindical, dentre outras, a autora nos apresenta reflexões em torno de como as mulheres ao longo do século XX foram construindo seus direitos, utilizando o gênero como categoria de análise. Funções genereficadas, lutas travadas nos locais de trabalho ou no sindicato, condições de trabalho de mulheres bancárias (incluindo as discussões sobre mulheres grávidas), padrões de beleza e comportamento estão entre as diversas questões desenvolvidas pela autora.

Produção: Alexandra Veras e Yasmin Getirana
Roteiro: Alexandra Veras, Larissa Farias e Yasmin Getirana
Apresentação: Yasmin Getirana

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Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ, que tem como objetivo discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.

O episódio #25 do Vale Mais é sobre Trabalhadores de aplicativo.

No episódio 25 do Vale Mais conversamos com o mestre em Direito pela UFRJ, Lucas Beraldo de Oliveira, que defendeu sua dissertação de mestrado, em 2021, intitulada “Germinando: superstições, ardis e estratégias de resistência na construção da identidade coletiva dos entregadores de plataformas digitais”.
Lucas analisou como os trabalhadores de entrega de mercadoria por plataformas digitais enxergam sua atividade profissional dentro das relações de produção capitalistas na economia de plataformas e sua forma precária de contratação, a uberização.
Com o olhar voltado para a luta por direitos, o autor busca na História Social do Trabalho as bases para discutir como os empregados tentaram, em outros períodos, manipular, adulterar e esconder as informações que geram a composição salarial e mostra como a pressão dos trabalhadores impulsionaram a criação de novos aparatos jurídicos.
Inspirado pela literatura, Lucas questiona o uso das novas tecnologias nas relações de trabalho e problematiza o espaço da agência do trabalhador diante de teorias que limitam a existência dentro do grande sistema de controle vivido na contemporaneidade.
No nosso bate papo, o autor ainda fala dos problemas de realizar a pesquisa no meio da pandemia do COVID-19 e as trocas de rumos e fontes como forma de contornar as dificuldades de pesquisa.

Produção: Alexandra Veras, Heliene Nagasava, Larissa Farias e Yasmin Getirana
Roteiro: Alexandra Veras, Heliene Nagasava, Larissa Farias e Yasmin Getirana
Apresentação: Larissa Farias 

Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ, que tem como objetivo discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.

 O episódio #23 do Vale Mais é sobre Trabalhadores da Amazônia Setentrional

Neste episódio conversamos com o historiador Marlos Vinícius Gama de Matos que recentemente defendeu sua dissertação de mestrado intitulada “Modernização e condições de labuta na Amazônia Setentrional: força de trabalho, acidentes e doenças tropicais na gênese de um projeto de extração mineral no Amapá (1948-1956)” pela Universidade Federal do Amapá (Unifap) sob a orientação da professora Lara Vanessa de Castro Ferreira.  
Vinícius defendeu em 2022 a dissertação na qual analisa o perfil da mão de obra empregada na Indústria e Comércio de Minérios S.A entre 1948 e 1956, bem como investiga acidentes e doenças do (e no) trabalho, revelando, portanto, as condições de vida e trabalho em que diversos trabalhadores foram historicamente submetidos.
A partir de diferentes tipologias de fontes como registros e fichas de empregados, artigos da revista Icomi-Notícias e do Jornal Amapá, fotografias relacionadas à Icomi, dentre outras, o historiador traz à tona a relação entre o projeto de exploração mineral capitaneado pela Icomi com as diretrizes econômicas e políticas do Território Federal do Amapá e do governo federal.
Além disso, o autor, a partir dos milhares registros de empregados (e algumas dezenas de fichas) analisados de forma quantitativa, demonstra que a força de trabalho icomiana era condizente com um perfil de uma mão de obra da construção civil, ou seja, masculina, volátil, jovem, solteira e migrante; chamando ainda a atenção para as condições de labuta dos trabalhadores que envolviam a falta de segurança no trabalho e longas jornadas com o emprego de roupas e equipamentos inadequados, o que poderia causar fadiga, acidentes, e o aumento da incidência de doenças como malária e tuberculose.

Produção: Alexandra Veras, Isabelle Pires, João Christovão, Larissa Farias e Yasmin Getirana
Roteiro: Alexandra Veras, Isabelle Pires, João Christovão, Larissa Farias e Yasmin Getirana
Apresentação: Larissa Farias 

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Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ. O objetivo é discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.
O episódio #08 do Vale Mais é sobre racismo e história do trabalho.
Este episódio do Vale Mais é especial. Foi gravado durante uma live transmitida pelo canal do LEHMT no Youtube. Desde que, em maio de 2020, protestos antirracistas iniciados nos Estados Unidos espalharam-se pelo mundo, o tema tem sido ainda mais discutido no Brasil, onde o racismo estrutural é, infelizmente, muito presente. Um olhar sobre os mundos do trabalho permite fazer reflexões sobre racismo e exclusão social na sociedade brasileira e, para refletir sobre a questão, convidamos a historiadora Ynaê Lopes Santos (UFF) e o sociólogo Antônio Sérgio Alfredo Guimarães (USP). O debate foi mediado por Paulo Fontes (UFRJ), coordenador do LEHMT-UFRJ.
Produção: Deivison Amaral, Julia Chequer, Heliene Nagasava, Paulo Fontes e Yasmin Getirana.
Roteiro: Julia Chequer, Heliene Nagasava, Deivison Amaral e Paulo Fontes.
Apresentação: Paulo Fontes.

Referências indicadas para quem quer saber mais ou citadas no episódio:

Alois Riegl. O Culto Moderno dos Monumentos
Andreas Huyssen. Culturas de um passado presente.
Boaventura de Souza Santos. As estátuas do nosso descontentamento. (Acesse no site da Mídia Ninja)
Elizabeth Jelin. La lucha por el pasado: Cómo construimos la memoria social
Françoise Choay. A alegoria do patrimônio
Jacques Le Goff. História e Memória
Memory Studies (periódico acadêmico)

Créditos da Imagem de Capa: Estátua de Edward Colston é jogada no rio Avon, em Bristol – Giulia Spadafora – 7.jun.20. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/06/londres-reabre-debate-sobre-politicamente-correto-ao-revisar-estatuas-de-racistas.shtml

Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ. O objetivo é discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.
O episódio #06 é sobre Epidemias e trabalhadores do Norte e do Nordeste.
A história da região Amazônica foi marcada por surtos epidêmicos de doenças tropicais. Esses episódios foram agravados pela pobreza, por condições sanitárias precárias e sobretudo pela demora de uma resposta de assistência por parte do Estado. Na caatinga nordestina as epidemias e doenças assolaram as obras emergenciais para combater as secas, especialmente na década 1950. Dando continuidade à nossa série que traz os temas da saúde pública e das epidemias sob a ótica dos mundos do trabalho, o foco de hoje são os trabalhadores das regiões norte e nordeste do país.
Conversamos com a historiadora Lara de Castro, professora da Universidade Federal do Amapá e presidenta da Seção Amapá da Associação Nacional de História (Anpuh).

Produção: Deivison Amaral, Julia Chequer, Heliene Nagasava e Paulo Fontes.
Roteiro: Julia Chequer, Heliene Nagasava e Paulo Fontes.
Apresentação: Julia Chequer e Yasmin Getirana.
Artigo É “gente que só o diabo”: “trabalhadores-cassacos” no lavor das obras contras as secas no Ceará (1950) de autoria de Lara de Castro.
http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364345969_ARQUIVO_ArtigoAnpuh2013LaradeCastro.pdf
Créditos da Imagem de Capa: Durante a seca, frente de trabalho desloca-se no leito seco de um rio na região Nordeste. Nordestinos fogem da seca e da fome. Acervo Memorial da Democracia. Disponível em: http://memorialdademocracia.com.br/card/retirantes-fogem-da-seca-e-da-fome#card-102