Livros de Classe #43: A mulher na sociedade de classes, de Heleieth Saffioti, por Marilane Teixeira

Neste episódio de Livros de Classe, Marilane Teixeira, professora do Instituto de Economia da Unicamp, apresenta o livro “A mulher na sociedade de classes: mito e realidade”, de Heleieth Saffioti. Publicada em 1969, a obra é um clássico dos estudos sobre as relações de gênero e os mundos do trabalho.

Livros de Classe

Os estudantes de graduação são desafiados constantemente a elaborar uma percepção analítica sobre os diversos campos da história. Nossa série Livros de Classe procura refletir justamente sobre esse processo de formação, trazendo obras que são emblemáticas para professores/as, pesquisadores/as e atores sociais ligados à história do trabalho. Em cada episódio, um/a especialista apresenta um livro de impacto em sua trajetória, assim como a importância da obra para a história social do trabalho. Em um formato dinâmico, com vídeos de curta duração, procuramos conectar estudantes a pessoas que hoje são referências nos mais diversos temas, períodos e locais nos mundos do trabalho, construindo, junto com os convidados, um mosaico de clássicos do campo.

A seção Livros de Classe é coordenada por Ana Clara Tavares e Paulo Fontes.

Vale a Dica #11: O futuro das profissões, de curadoria de André Couto, Maria Carla Corrochano e Paulo Fontes



Na décima primeira edição da série “Vale a Dica”, Isabelle Pires, pós-doutoranda em História Social pelo PPGHIS/UFRJ/CNPq e pesquisadora do LEHMT/UFRJ, indica a exposição autoral do SESI Lab “O futuro das profissões”, de curadoria de André Couto, Maria Carla Corrochano e Paulo Fontes, que está aberta à visitação até o dia 21 de julho na Casa Firjan, no Rio de Janeiro. Essa mostra é uma versão resumida da exposição que ficou no SESI Lab em Brasília. Diferentes formatos como trechos de vídeos, fragmentos de depoimentos de trabalhadores, jogos e um quiz fazem parte da exposição que procura fazer uma reflexão crítica sobre as transformações nos mundos do trabalho e sobre o que podemos esperar das profissões e do trabalho no futuro, tudo de forma lúdica e interativa. Ouça este episódio e fique sabendo um pouco mais sobre essa mostra que é uma boa dica para pensar sobre a história social do trabalho.

Projeto e execução: Alexandra Veras, Isabelle Pires, Larissa Farias, Victória Cunha e Yasmin Getirana
Edição: Brenda Dias e Eduarda Olimpio

Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes Vale Mais

ERRATA: O professor se refere, em certo momento, a "janeiro de 1941", mas o correto é janeiro de 1942, quando começam as transmissões de rádio do Marcondes Filho, coincidindo com a ruptura do Brasil com o Eixo. Está no ar o segundo episódio da nova temporada do podcast Vale Mais, do LEHMT-UFRJ! Nesta temporada, convidamos pesquisadoras e pesquisadores para discutir projetos, livros e teses recentes que aprofundam debates interdisciplinares sobre os mundos do trabalho. No segundo episódio, conversamos com Alexandre Fortes, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e autor do livro The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil (2024). A obra propõe um reexame da história do Brasil nas décadas de 1930 e 1940 a partir de diálogos com as novas perspectivas historiográficas internacionais sobre a Segunda Guerra Mundial. Fortes ressalta a efervescência econômica para suprir as necessidades do conflito global. Nesse contexto, a classe trabalhadora esteve no centro das lutas pela redemocratização, justamente por conta de sua experiência no processo de esforço de guerra e das ambiguidades decorrentes da intensificação da superexploração do trabalho, da derrota do nazifascismo e da perspectiva de “descontar o cheque patriótico”. Nesse sentido, a guerra e a ação dos trabalhadores foram fundamentais para redefinir noções de classe, raça e nação. Para saber mais sobre esse assunto, ouça o episódio! Não esqueça também de compartilhar nas redes sociais e acompanhar os próximos!
  1. Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes
  2. Vale Mais #28: O poder e a escravidão, por Bruna Portella e Felipe Azevedo
  3. Vale a Dica #14: Orgulho e Esperança, de Matthew Warchus
  4. Vale a Dica #13: 2 de Julho: a Retomada, de Spency Pimentel e Joana Moncau
  5. Vale a Dica #12: SAL, idealizado e dirigido por Adassa Martins

Livros de Classe #42: Trabalhando para a Ford, de Huw Beynon, por José Ricardo Ramalho

Neste episódio de Livros de Classe, José Ricardo Ramalho, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresenta o livro “Trabalhando para a Ford: trabalhadores e sindicalistas na indústria automobilística”, de Huw Beynon. Publicado originalmente em 1973 e traduzido para o português em 1995, o livro tornou-se imediatamente um clássico da sociologia e da história do trabalho por sua originalidade teórico-metodológica. A obra aponta as estratégias adotadas pelos operários em uma fábrica da Ford em Liverpool, na Inglaterra, nos anos 1960 e evidencia a experiência e organização desses trabalhadores.

Livros de Classe

Os estudantes de graduação são desafiados constantemente a elaborar uma percepção analítica sobre os diversos campos da história. Nossa série Livros de Classe procura refletir justamente sobre esse processo de formação, trazendo obras que são emblemáticas para professores/as, pesquisadores/as e atores sociais ligados à história do trabalho. Em cada episódio, um/a especialista apresenta um livro de impacto em sua trajetória, assim como a importância da obra para a história social do trabalho. Em um formato dinâmico, com vídeos de curta duração, procuramos conectar estudantes a pessoas que hoje são referências nos mais diversos temas, períodos e locais nos mundos do trabalho, construindo, junto com os convidados, um mosaico de clássicos do campo.

A seção Livros de Classe é coordenada por Ana Clara Tavares e Paulo Fontes.

Lançamento do livro “Lugares de Memória dos Trabalhadores” em São Paulo e Rio de Janeiro



O LEHMT/UFRJ tem o prazer de convidá-los para os lançamentos do livro “Lugares de Memória dos Trabalhadores”. Publicado pela Editora Alameda em parceria com a Fundação Perseu Abramo e apoio do PPGHIS/UFRJ, a obra é organizada por Paulo Fontes, professor do Instituto de História da UFRJ, e reúne 100 artigos curtos escritos por renomados/as especialistas.

As marcas das experiências dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros estão espalhadas por inúmeros lugares da cidade e do campo. Muitos desses locais não mais existem, outros estão esquecidos, pouquíssimos são celebrados. Na batalha de memórias, os mundos do trabalho e seus lugares também são negligenciados. Baseado na série de mesmo nome do portal lehmt.org, esse livro procura justamente dar visibilidade para essa geografia social, ao estimular uma reflexão sobre os espaços onde vivemos e como sua história e memória são tratadas. Os textos contam a história de lugares de atuação política e social, de lazer, de protestos, de repressão, de rituais e de criação de sociabilidades. Espaços que demarcaram a história do Brasil.

O lançamento em São Paulo será no sábado, 29 de junho às 15h na Livraria Expressão Popular/Armazém do Campo (Alameda Nothman 806).
No Rio o lançamento será na quarta-feira, 10 de julho entre 17h30 e 20h na Livraria Leonardo da Vinci (Av. Rio Branco 185, subsolo 1).

Vale a Dica #10: Meu querido Zelador, de Mariano Cohn e Gastón Duprat



Na décima edição da série “Vale a Dica”, Yasmin Getirana, doutoranda em história internacional pela London School of Economics e pesquisadora do LEHMT/UFRJ, indica a série de comédia argentina “Meu querido Zelador” (El Encargado). Lançada em 2022 e disponível no streaming da Star+, a série conta com duas temporadas e tem como protagonista Eliseo, zelador há 30 anos do mesmo prédio em Buenos Aires. Idoso, Eliseo é confrontado com a possibilidade de ser abruptamente despejado e demitido. O motivo, no entanto, não é nenhuma das muitas falcatruas e armações arquitetados ao longo dos anos por Eliseo, mas sim o desejo dos moradores por valorização imobiliária com a construção de uma piscina. Para ouvir o episódio e entender mais porque essa série é uma boa dica para pensar história social do trabalho.

Projeto e execução: Alexandra Veras, Isabelle Pires, Larissa Farias, Victória Cunha e Yasmin Getirana
Edição: Brenda Dias e Eduarda Olimpio

Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes Vale Mais

ERRATA: O professor se refere, em certo momento, a "janeiro de 1941", mas o correto é janeiro de 1942, quando começam as transmissões de rádio do Marcondes Filho, coincidindo com a ruptura do Brasil com o Eixo. Está no ar o segundo episódio da nova temporada do podcast Vale Mais, do LEHMT-UFRJ! Nesta temporada, convidamos pesquisadoras e pesquisadores para discutir projetos, livros e teses recentes que aprofundam debates interdisciplinares sobre os mundos do trabalho. No segundo episódio, conversamos com Alexandre Fortes, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e autor do livro The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil (2024). A obra propõe um reexame da história do Brasil nas décadas de 1930 e 1940 a partir de diálogos com as novas perspectivas historiográficas internacionais sobre a Segunda Guerra Mundial. Fortes ressalta a efervescência econômica para suprir as necessidades do conflito global. Nesse contexto, a classe trabalhadora esteve no centro das lutas pela redemocratização, justamente por conta de sua experiência no processo de esforço de guerra e das ambiguidades decorrentes da intensificação da superexploração do trabalho, da derrota do nazifascismo e da perspectiva de “descontar o cheque patriótico”. Nesse sentido, a guerra e a ação dos trabalhadores foram fundamentais para redefinir noções de classe, raça e nação. Para saber mais sobre esse assunto, ouça o episódio! Não esqueça também de compartilhar nas redes sociais e acompanhar os próximos!
  1. Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes
  2. Vale Mais #28: O poder e a escravidão, por Bruna Portella e Felipe Azevedo
  3. Vale a Dica #14: Orgulho e Esperança, de Matthew Warchus
  4. Vale a Dica #13: 2 de Julho: a Retomada, de Spency Pimentel e Joana Moncau
  5. Vale a Dica #12: SAL, idealizado e dirigido por Adassa Martins

Chão de Escola #42: Memórias canavieiras trabalho, cotidiano e experiência na zona da mata pernambucana

Bárbara Maria Costa e Silva (licenciada em História pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e mestra pelo Programa de Pós-graduação em História da UFPB)


Apresentação da atividade

Segmento: Ensino Médio

Unidade temática: Trabalhadores rurais, direitos sociais e cidadania na década de 1960.

Objetos de conhecimento:
– As noções de cidadania política

– Formas de registro da História e da produção do conhecimento

Objetivos gerais:
– Compreender elementos do cotidiano e formas de exploração dos trabalhadores canavieiros antes do período de conquistas sindicais da década de 1960;

– Conhecer as memórias coletivas dos cortadores de cana de açúcar do estado de Pernambuco;

– Identificar as formas de resistência dos trabalhadores, por meio das memórias compartilhadas;

Habilidades a serem desenvolvidas (de acordo com a BNCC):

(EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.

(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).

(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.

Duração da atividade: 3 aulas de 50 minutos

Aulas Planejamento
01Etapa 01
02Etapa 02
03Etapa 03 e 4

Conhecimentos prévios:
– Processo de expulsão dos trabalhadores rurais de suas moradas no campo, ocorrido por volta dos anos 1950 no Nordeste;

– Conflitos agrários locais gerados pela ausência de leis trabalhistas voltadas para os trabalhadores do campo.


Atividade

Recursos: Projetor, caixa de som, computador, quadro, lápis pincel.

Etapa 1Quais as condições em que viviam os trabalhadores canavieiros?

Na primeira aula, leia os trechos das entrevistas abaixo com os estudantes e solicite que respondam as perguntas abaixo. A leitura e a resposta das primeiras duas perguntas podem serem feitas de forma coletiva após a leitura dos trechos.

Os trabalhadores canavieiros Beija-Flor e José Paulo são originários da Zona da Mata pernambucana e foram entrevistados respectivamente nos anos de 2018 e 2019, ambos, no momento da entrevista, já idosos e aposentados, mas ainda bastante atuantes no movimento sindical do Estado de Pernambuco. Os seus relatos foram construídos em torno de suas experiências de vida como cortadores de cana-de-açúcar desde a infância e seu cotidiano de trabalho e militância política. Os trechos apresentados a seguir são recortes de entrevistas extensas e por isso representam apenas uma parte de suas memórias narradas.

“[…] a gente já estava comendo alguma coisa, mas aquilo não era tudo. A gente precisava de mais coisas, e aí eu fui de novo pra cana. Mas aí no sábado eu ia pra Paudalho, da onde eu vim, da cidade de onde eu vim pegar frete. Aí eu levava o balaio de manhã bem cedo, não tinha café, não tinha nada em casa. Quando eu chegava na feira, primeiro lugar que eu ia era onde vendia jaca dura, debaixo dos pés de paus. Aí vinha um pessoal, aí o dono da jaca cortava a jaca, tirava a jaca pra vender, vendia a jaca, os baldes de jaca ao povo, e o mangará que a gente chama mangará, tirava gordo, e jogava no lixo, e eu chegava com o meu balaio. Eu não podia comprar, eu não tinha dinheiro pra comprar pra tomar café, então o meu café era roer o mangará da jaca dura que tava no lixo. Eu não tinha bigode, mas quando eu saía dali, eu ia pro açougue, mercado de carne de charque, de sardinha, mercado de cereal, eu ia pra lá. Aí de lá ninguém dava nada, se você chegasse pedindo alguma coisa levava uma lapada na mão e podia ser capaz de ser preso. Naquele tempo se pedia muito esmola, mais um menino pedindo esmola.”

(…)Aí, até então, quer dizer antes as famílias viviam no campo, num era com duas hectares não, vivia até com dez, era muita terra, mas com a valorização do açúcar e do álcool, a criação do IAA [Instituto do Açúcar e do Álcool], os patrões se ambiciaram muito mais e começaram a tomar as terras dos trabalhadores e plantar cana. Porque antes era uma categoria que até chamava de fornecedores. Plantava cana e fornecia para o engenho ou para a usina e tinha a área pra plantar a lavoura de subsistência que não era pequena, era grande, mas foi se acabando. A mão de obra que era como se fosse a agricultura familiar hoje passou a ser assalariada. Assalariada não, escrava. Porque não tinha salário, eles era quem dizia o quanto ia pagar e combinava com os outros, fechava o circo. O trabalhador ali, morrendo ou chorando, era aquilo mesmo.”
Entrevista de Beija-Flor, trabalhador rural, canavieiro narrando sua experiência de vida nos anos 1960 apud SILVA, 2022, p. 5, 10 – 11

“[…] assim, minha roupa era comprada na padaria, você sabe qual é o pano de padaria, né, que é o saco, e assim eu fui criado nesse período. […] As dificuldades de higiene, nós dormia em cama tirada na mata, chamada de cama de vara, então o colchão era folha de banana seca, nesse tempo não existia higiene nenhuma, então nós dormia e muitas vezes se acordava com a roupa que dormia, mesmo de saco, acordava toda melada de sangue que era justamente um inseto, o percevejo, era a pulga que hoje é do cachorro, então isso geralmente batia um soco, isso perdurou.”
Entrevista de José Paulo, trabalhador rural, canavieiro narrando sua experiência de trabalho nos anos 1960 apud SILVA, 2022, p.12

Após a leitura coletiva e a solicitação de pesquisa (que pode ser feita em sala de aula através de celulares) levante alguns questionamentos com as(os) estudantes sobre como era a vida dos trabalhadores rurais antes da conquista do Estatuto do Trabalhador Rural (ETR) do ano de 1963. Explique como as leis trabalhistas dos anos 1930 e 1940 não foram extensivas aos trabalhadores rurais e isso explica tanto os depoimentos dos canavieiros quanto a publicação do ETR. O objetivo dessa atividade inaugural é viabilizar a visão crítica sobre as condições miseráveis e precárias em que viviam os cortadores de cana, especificamente no Nordeste brasileiro.

a) Descreva as condições de vida dos trabalhadores rurais (formas de pagamento pelo trabalho, condições de vida, rotina etc.) em Pernambuco nos anos 1960, a partir das duas narrativas acima.
b) As condições de vida eram boas ou ruins? Justifique sua resposta.
c) Pesquise sobre o que foi o Estatuto do Trabalhador Rural (ETR) de 1963 e escreva quais direitos eram reivindicados no mesmo.
d) Compare os direitos descritos no Estatuto do Trabalhador Rural e a situação descrita dos trabalhadores.

Etapa 2Exibição do documentário Memórias Camponesas e roda de debate.

Professor(a), como forma de ampliar a discussão da etapa anterior, exiba o documentário Memórias Camponesas (2022) e solicite que realizem as atividades abaixo, com base no filme.

Responda no seu caderno:

a) Quais são as formas de exploração no capitalismo apresentadas no filme?
b) Qual era o modo de vida dos trabalhos dos canavieiros?
c) Como experiências individuais de sofrimento passam a ser vistas como coletivas?
d) De que forma o compartilhamento de memórias se relaciona com o processo de consciência das desigualdades e da injustiça social?

Para encerrar as aulas, faça um debate sobre como os estudantes responderam, a partir de tais questões.

Etapa 3Conceito de luta de classes como ponto de partida.

Como atividade síntese, deverá ser inserido o conceito de luta de classes a fim de evidenciar para os (as) estudantes essa categoria enquanto norteadora dos processos de luta por direitos e melhores condições de trabalho que se seguiram na década de 1960.

Coloque no quadro a seguinte pergunta:

“O que é a luta de classes?”

Definição do conceito: de acordo com o sociólogo alemão Karl Marx e as teorias marxianas, a luta de classes é um fenômeno social marcado por uma oposição de ideias entre grupos diferentes. Essas visões antagônicas podem ser observas em diferentes esferas e muitas vezes referem-se à defesa de próprios interesses.

Parta da discussão e chame a atenção dos estudantes para o vínculo com o conteúdo discutido em aulas de sociologia. Ao final do debate, escreva no quadro uma definição breve sobre o conceito e faça correlação entre a luta dos trabalhadores no campo com outras experiências dos trabalhadores.

Etapa 4Cotidiano canavieiro: exploração e resistência

Após a definição da ideia de luta de classes, o conceito deve ser inserido no tema abordado, de modo a historicizá-lo de acordo com o contexto de experiências dos trabalhadores canavieiros de Pernambuco no século XX.

Discuta com as (os) estudantes sobre a categoria cotidiano e como essa não deve se reduzir apenas à descrição detalhada do dia a dia ou de um fenômeno social, mas ligando-a a subjetividade desenvolvida pelos indivíduos.

Nesse sentido, deve-se conduzir os (as) estudantes ao entendimento da categoria cotidiano enquanto a relação integrada entre subjetividade e objetividade, espaço, tempo e experiência, sendo desse modo, o espaço de relações sociais desiguais entre as classes, geradoras de conflitos e tensões. Sendo compreendida, por fim, como a dimensão prática da história.

Como atividade de encerramento, divida os estudantes em grupo e peça que respondam a questão abaixo

a) Faça em grupo um desenho que represente o cotidiano dos trabalhadores rurais e sua luta social e apresente-o a turma.

Peça que cada grupo apresente o desenho e faça um encerramento discutindo a noção de cotidiano e luta de classes na história dos trabalhadores.

Bibliografia e Material de apoio:

MATTOS, Marcelo Badaró. Classes sociais e luta de classes. In.: E. P. Thompson e a tradição de crítica ativa ao materialismo histórico. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2012, p. 57-116.

PETERSEN, Silvia Regina Ferraz. Dilemas e desafios da historiografia brasileira: a temática da vida cotidiana. In: MESQUITA, Zilá; BRANDÃO, Carlos Rodrigues (orgs.). Territórios do cotidiano: uma introdução a novos olhares e experiências. Porto Alegre: Editora Universitária/UFRGS; Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 1995, p. 49-66.

SCOTT, James C. Formas cotidianas de resistência camponesa. Tradução: Marilda A. de Menezes e Lemuel Guerra. Raízes, Campina Grande, v. 21, n. 1, p. 10-31, jan./jun. 2002.

SILVA, Bárbara Maria Costa e. Acordo do campo de 1963: memórias das condições de trabalho e das lutas sociais dos trabalhadores canavieiros da Zona da Mata de Pernambuco. Trabalho de conclusão de curso de Licenciatura em História pela UFPB. João Pessoa, 2019.

SILVA, Bárbara Maria Costa e. Memórias canavieiras: trabalho, cotidiano e experiência na zona da mata pernambucana. In: Pandemia e Futuros Possíveis: Anais do XVI Encontro Nacional de História Oral. Anais…Rio de Janeiro (RJ) Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2022.

THOMPSON, E. P. The history from below. TSL, April 7, 1966.

ASSIS, José Paulo de. [87 anos]. [maio de 2019]. Entrevistadora: Bárbara Maria Costa e Silva. Carpina, Pernambuco. 03 de maio de 2019.

FILHO, Severino Francisco da Luz. [87 anos]. [novembro de 2017]. Entrevistadores: Bárbara Maria Costa e Silva, Claudiana Barbosa da Silva, Maressa Fauzia Pessoa Dantas, Mário Henrique Guedes Ladosky, Moacir Gracindo Soares Palmeira, José Sérgio Leite Lopes e Roberto Véras de Oliveira. Carpina, Pernambuco. 11 de novembro de 2017.

Memórias Camponesas. Direção: José Sergio Leite Lopes, Moacir Palmeira, José Carlos Matos Edição: Agustin Kammerath. Produção de Ricardo Favilla, Rafael Favilla (ICEM). Brasil: 2022.


Créditos da imagem de capa: Nazaré da Mata 1980


Chão de Escola

Nos últimos anos, novos estudos acadêmicos têm ampliado significativamente o escopo e interesses da História Social do Trabalho. De um lado, temas clássicos desse campo de estudos como sindicatos, greves e a relação dos trabalhadores com a política e o Estado ganharam novos olhares e perspectivas. De outro, os novos estudos alargaram as temáticas, a cronologia e a geografia da história do trabalho, incorporando questões de gênero, raça, trabalho não remunerado, trabalhadores e trabalhadoras de diferentes categorias e até mesmo desempregados no centro da análise e discussão sobre a trajetória dos mundos do trabalho no Brasil.
Esses avanços de pesquisa, no entanto, raramente têm sido incorporados aos livros didáticos e à rotina das professoras e professores em sala de aula. A proposta da seção Chão de Escola é justamente aproximar as pesquisas acadêmicas do campo da história social do trabalho com as práticas e discussões do ensino de História. A cada nova edição, publicaremos uma proposta de atividade didática tendo como eixo norteador algum tema relacionado às novas pesquisas da História Social do Trabalho para ser desenvolvida com estudantes da educação básica. Junto a cada atividade, indicaremos textos, vídeos, imagens e links que aprofundem o tema e auxiliem ao docente a programar a sua aula. Além disso, a seção trará divulgação de artigos, entrevistas, teses e outros materiais que dialoguem com o ensino de história e mundos do trabalho.

A seção Chão de Escola é coordenada por Claudiane Torres da Silva, Luciana Pucu Wollmann do Amaral e Samuel Oliveira.

LMT #130: Rua Diogo Rebolo, Campinas (SP) – Ricardo Pirola



A rua Diogo Rebolo está situada no bairro Jardim Paranapanema, em Campinas (SP), a cerca de cinco quilômetros do centro da cidade. A rua foi criada no ano de 2015, a partir do projeto de lei do vereador Gustavo Petta (PCdoB), depois de ampla mobilização do movimento negro local. O nome da rua é uma homenagem ao principal líder de um plano de insurreição escrava surgido em Campinas em 1832. Originário do norte de Angola, Diogo Rebolo reuniu sob sua liderança centenas de trabalhadores escravizados de mais de 15 engenhos produtores de açúcar, com o objetivo de matar seus senhores para acabar com a escravidão. A eclosão da insurreição estava programada para ocorrer no domingo de Páscoa, quando os proprietários estivessem participando das festividades religiosas. A descoberta antecipada dessa rebelião, seguida da prisão dos acusados e do reforço do número de vigilantes armados nas fazendas, inibiu a eclosão do movimento rebelde. As fazendas envolvidas na trama de rebelião estavam situadas ao norte de Campinas, próximas ao rio Atibaia e nas terras do atual distrito de Barão Geraldo. Ainda hoje é possível visitar uma dessas propriedades. Esse é o caso, por exemplo, da fazenda Tozan/Monte D’este, que na época se chamava Ponte Alta e pertencia ao capitão-mor Floriano de Camargo Penteado.

Apesar de o plano de insurreição de 1832 ter fracassado, os escravizados em Campinas e em diversas outras partes da província de São Paulo não deixaram de lutar e de organizar novos projetos de rebelião. A história da escravidão negra em São Paulo foi marcada por constantes batalhas protagonizadas pelos escravizados em nome da liberdade. Até o final século XVIII, a então capitania de São Paulo era caracterizada pela presença de um grande número de indígenas e por uma parcela pequena de escravizados negros e colonos brancos. Foi apenas no século XIX que a escravidão de africanos e seus descendentes se consolidou nessa região. Dois fenômenos ajudam a explicar o crescimento da escravidão negra em São Paulo. O primeiro deles foi a própria expansão da produção de cana-de-açúcar, como decorrência do aumento do preço dessa mercadoria no cenário internacional a partir de 1790. O segundo elemento foi a descoberta da boa qualidade das terras na província de São Paulo para produção de café, que no século XIX se tornaria uma das bebidas mais consumidas do mundo. Se em meados do século XVIII, os escravizados africanos e seus descendentes não alcançavam 10% dos moradores da capitania de São Paulo, em 1836 essa população já representava cerca de 30% do total de habitantes. Em regiões como a de Campinas, marcada pela larga produção de cana-de-açúcar e café, o número de escravizados negros chegava a 50% nos anos 1830.

O rápido crescimento da população negra escravizada e a grande concentração de africanos provenientes de uma vasta região da África central atuaram como fatores decisivos nos processos de estruturação de planos de rebelião. Os africanos trazidos para São Paulo no século XIX eram provenientes dos portos de Benguela, de Luanda e de territórios localizados ao norte de Angola e do Congo. Esses africanos falavam línguas semelhantes (como o kikongo, kimbundu e Umbundu) e compartilhavam entendimentos religiosos de explicação dos fenômenos naturais. Tal proximidade cultural facilitou a união dos cativos, com origens diversas, para lutar pela liberdade do cativeiro.


A província de São Paulo, na primeira metade do oitocentos, registrou a ocorrência de diversos planos de insurreição.


Os documentos conhecidos atualmente apontam para três regiões da província como polos de agitação escravista: a) Litoral norte, com destaque para São Sebastião e Ubatuba, nas décadas de 1820 e 1830 (nessa região se registrou a existência de plano de insurreição em 1825 e em 1831); b) Oeste paulista, especialmente Campinas (além da trama de 1832, a localidade registrou planos de rebelião em 1830 e 1848) e Itu (existem registros de planos de revolta em 1794 e 1809) ; c) Vale do Paraíba (identificou-se planos de rebelião em Bananal em 1833; em Areias em 1843; e em diversas localidades da fronteira do Vale do Paraíba com o Rio de Janeiro em 1848).

Já na segunda metade do século XIX a ocorrência de planos de insurreição de escravos se alastrou por todo o território da província. Após 1850 a escravidão se disseminou muito além do litoral, do vale do Paraíba e do entorno de Itu e Campinas, atingindo uma vasta região. Nesse período, São Paulo se tornou então a província com o quarto maior número de escravos negros no país, perdendo apenas para Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. As mudanças ocorreram também no perfil demográfico da população escravizada, isto é, o número de africanos diminuiu (como decorrência da lei do fim do tráfico de 1850) e cresceu a presença de cativos trazidos pelo tráfico interno de outras regiões do país. Ao mesmo tempo, a segunda metade do século XIX ficou marcada pela difusão de ideias abolicionistas. Todo esse cenário influenciou diretamente na disseminação dos movimentos de insurreição e na intensificação de outras formas de rebeldia como os assassinatos de senhores e feitores e as fugas em massa das fazendas. Dentre os movimentos de rebeldia nesse período destacam-se a agitação dos cativos em São Roque em 1854, o levante da fazenda Castelo em Campinas no ano de 1882 e as fugas em massa de escravizados de propriedades rurais em Capivari e Montemor em 1887. A forte agitação das senzalas em todo o século XIX acabou contribuindo decisivamente para a abolição da escravidão em 13 de maio de 1888.

Quanto ao Diogo Rebolo, a documentação que nos sobrou sobre o plano de 1832 em Campinas não registra as sentenças dos acusados. De acordo com o código criminal do Império do Brasil, os cativos condenados por liderar uma tentativa de insurreição deveriam ser sentenciados à pena de galés, o que significava prisão com trabalho forçado em obras públicas. O tempo da sentença podia ser de 10 anos (pena mínima) ou durar por toda a vida (pena máxima). É difícil saber qual foi o destino de Diogo Rebolo sem os documentos do século XIX. Contudo, sua coragem continua ainda hoje a inspirar outras lutas por justiça em Campinas. O fato de existir uma rua com seu nome em uma das principais cidade do Estado de São Paulo é sinal de que suas ideias seguem a embalar as esperanças de um mundo mais justo para todos.

Placa da rua Diogo Rebolo em Campinas (SP). Crédito: Ricardo Pirola. 


Para saber mais:

  • AZEVEDO, Elciene. O direito dos escravos: lutas jurídicas e abolicionismo na província de São Paulo. Campinas: Unicamp, 2010.
  • MACHADO, Maria Helena. O plano e o pânico: os movimentos sociais na década da abolição. Rio de Janeiro: UFRJ/Edusp, 1994.
  • PIROLA, Ricardo F. Senzala insurgente: malungos, parentes e rebeldes nas fazendas de Campinas (1832). Campinas, SP: Unicamp, 2011.
  • REIS, João José & GOMES, Flávio dos Santos. Revoltas escravas no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
  • SLENES, Robert W. “A árvore de ‘nsanda’ transplantada: cultos Kongo de aflição e identidade escrava no Sudeste brasileiro (século XIX)”. In: LIBBY, Douglas Cole; FURTADO, Júnia Ferreira. Trabalho livre, trabalho escravo: Brasil e Europa, século XVIII e XIX. São Paulo: Annablume, 2006. p. 273-316.
  • XAVIER, Regina Célia Lima. Religiosidade e escravidão, século XIX: mestre Tito. Porto Alegre: UFRGS, 2008.

Crédito da imagem de capa: Moagem de Cana, fazenda Cachoeira, Campinas, 1830. Autor: Benedito Calixto, acervo: Museu Paulista da USP


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Lugares de Memória dos Trabalhadores

As marcas das experiências dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros estão espalhadas por inúmeros lugares da cidade e do campo. Muitos desses locais não mais existem, outros estão esquecidos, pouquíssimos são celebrados. Na batalha de memórias, os mundos do trabalho e seus lugares também são negligenciados. Nossa série Lugares de Memória dos Trabalhadores procura justamente dar visibilidade para essa “geografia social do trabalho” procurando estimular uma reflexão sobre os espaços onde vivemos e como sua história e memória são tratadas. Semanalmente, um pequeno artigo com imagens, escrito por um(a) especialista, fará uma “biografia” de espaços relevantes da história dos trabalhadores de todo o Brasil. Nossa perspectiva é ampla. São lugares de atuação política e social, de lazer, de protestos, de repressão, de rituais e de criação de sociabilidades. Estátuas, praças, ruas, cemitérios, locais de trabalho, agências estatais, sedes de organizações, entre muitos outros. Todos eles, espaços que rotineiramente ou em alguns poucos episódios marcaram a história dos trabalhadores no Brasil, em alguma região ou mesmo em uma pequena comunidade.

A seção Lugares de Memória dos Trabalhadores é coordenada por Paulo Fontes.

Dossiê: Mundo do trabalho e Ensino de História


A Revista História Hoje (RHHJ) da ANPUH acaba de lançar seu mais novo número, com a publicação do dossiê “Mundo do trabalho e Ensino de História”. Organizado por Claudiane da Silva (SME-Rio), Luciana do Amaral (FME-Niterói), Samuel Oliveira (CEFET-RJ), coordenadores da seção Chão de Escola do portal do LEHMT/UFRJ, o dossiê conta com nove artigos, uma entrevista e uma resenha. Trabalho escravo e indígena nas salas de aula; a discussão sobre o ensino de história em contextos econômicos regionais; as análises sobre o conceito de Revolução Industrial nos livros didáticos e sugestões de transposições didáticas sobre os debates sobre gênero e lazer na formação da classe trabalhadora, são alguns dos temas tratados no dossiê. Além disso, a revista publica uma entrevista com Rosana Fernandes, diretora da Escola Florestan Fernandes do MST.

Link para o Dossiê: https://rhhj.anpuh.org/RHHJ/issue/view/28

Livros de Classe #41: Combantendo a desigualdade social: O MST e a reforma agrária no Brasil, de Miguel Carter, por Marcelo Rosa

Em celebração aos 40 anos da fundação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Marcelo Rosa, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), apresenta “Combatendo a desigualdade social: O MST e a reforma agrária no Brasil”, organizado por Miguel Carter. O livro reúne pesquisa de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, especialistas nas discussões sobre a disputa política de terras no país e a centralidade do MST nessa disputa.

Livros de Classe

Os estudantes de graduação são desafiados constantemente a elaborar uma percepção analítica sobre os diversos campos da história. Nossa série Livros de Classe procura refletir justamente sobre esse processo de formação, trazendo obras que são emblemáticas para professores/as, pesquisadores/as e atores sociais ligados à história do trabalho. Em cada episódio, um/a especialista apresenta um livro de impacto em sua trajetória, assim como a importância da obra para a história social do trabalho. Em um formato dinâmico, com vídeos de curta duração, procuramos conectar estudantes a pessoas que hoje são referências nos mais diversos temas, períodos e locais nos mundos do trabalho, construindo, junto com os convidados, um mosaico de clássicos do campo.

A seção Livros de Classe é coordenada por Ana Clara Tavares e Paulo Fontes.

Vale a Dica #09: Benzinho, de Gustavo Pizzi



Nesta oitava edição da série “Vale a Dica”, Alexandra Veras, doutoranda em história pela UFRJ e pesquisadora do LEHMT/UFRJ, indica o filme “Benzinho”.
Lançado em 2018, o filme acompanha a trajetória de Irene, que se divide entre estudar, trabalhar como vendedora e cuidar dos quatro filhos. Uma trabalhadora e uma mãe, que cotidianamente se vê no desafio de conciliar as demandas do trabalho doméstico não remunerado, a maternidade, a feminilidade, e as pressões financeiras e da vida social.

Projeto e execução: Alexandra Veras, Isabelle Pires, Larissa Farias, Victória Cunha e Yasmin Getirana
Edição: Brenda Dias e Eduarda Olimpio

Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes Vale Mais

ERRATA: O professor se refere, em certo momento, a "janeiro de 1941", mas o correto é janeiro de 1942, quando começam as transmissões de rádio do Marcondes Filho, coincidindo com a ruptura do Brasil com o Eixo. Está no ar o segundo episódio da nova temporada do podcast Vale Mais, do LEHMT-UFRJ! Nesta temporada, convidamos pesquisadoras e pesquisadores para discutir projetos, livros e teses recentes que aprofundam debates interdisciplinares sobre os mundos do trabalho. No segundo episódio, conversamos com Alexandre Fortes, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e autor do livro The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil (2024). A obra propõe um reexame da história do Brasil nas décadas de 1930 e 1940 a partir de diálogos com as novas perspectivas historiográficas internacionais sobre a Segunda Guerra Mundial. Fortes ressalta a efervescência econômica para suprir as necessidades do conflito global. Nesse contexto, a classe trabalhadora esteve no centro das lutas pela redemocratização, justamente por conta de sua experiência no processo de esforço de guerra e das ambiguidades decorrentes da intensificação da superexploração do trabalho, da derrota do nazifascismo e da perspectiva de “descontar o cheque patriótico”. Nesse sentido, a guerra e a ação dos trabalhadores foram fundamentais para redefinir noções de classe, raça e nação. Para saber mais sobre esse assunto, ouça o episódio! Não esqueça também de compartilhar nas redes sociais e acompanhar os próximos!
  1. Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes
  2. Vale Mais #28: O poder e a escravidão, por Bruna Portella e Felipe Azevedo
  3. Vale a Dica #14: Orgulho e Esperança, de Matthew Warchus
  4. Vale a Dica #13: 2 de Julho: a Retomada, de Spency Pimentel e Joana Moncau
  5. Vale a Dica #12: SAL, idealizado e dirigido por Adassa Martins