Artigo “Centenário da Lei de Acidentes de Trabalho: análise sobre acidentes em fábricas de tecidos do Rio de Janeiro na Primeira República” – Isabelle Pires

Em maio deste ano de 2019, o atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou a intenção de reduzir em 90% as Normas Regulamentadoras (NR) de segurança e saúde no trabalho. Alegando que tal proposta tem como intuito “desburocratizar” o setor, o governo federal pretende rever normas do âmbito do Direito do Trabalho, cuja proteção vinha sendo assegurada na CLT, na Constituição Federal e em acordos firmados em tratados internacionais, como as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Historicamente, os embates entre a exploração capitalista do trabalho e o movimento operário explicitaram a relevância da questão social, o que acarretou a proposição de debates que levaram ao reconhecimento dos direitos sociais voltados para reduzir a exploração desenfreada da força de trabalho que, caso não minimizada, pode resultar em doenças, acidentes de trabalho e até mesmo morte. Assim, esse artigo procura chamar a atenção para o centenário da lei de acidentes de trabalho promulgada em 1919, por representar um marco inicial de conquistas no campo da legislação social e um ponto de partida para medidas que visavam à proteção e à saúde no trabalho. Ainda, examina o contexto de promulgação da referida lei e sua aplicação por parte dos industriais têxteis, membros da Sociedade Cooperativa de Seguros Operários em Fábricas de Tecidos.

Torna-se necessário ressaltar esta história centenária de lutas por direitos por parte dos/as trabalhadores/as, em tempos de perseguição aos direitos trabalhistas pelas autoridades políticas do século XXI, de modo que não se apague o papel histórico do operariado de ontem e de hoje.

O artigo Centenário da Lei de Acidentes de Trabalho: análise sobre acidentes em fábricas de tecidos do Rio de Janeiro na Primeira República foi publicado na Revista Mundos do Trabalho, volume 11, de 2019. A autora, Isabelle Pires, é doutoranda em História Social pela UFRJ e membro do LEHMT.

Imagem de capa: Revista da Semana. 19 jun. 1910. p. 5.

Experiências de trabalhadoras da cana são tema de dissertação de mestrado

Defendido em agosto de 2019, estudo reflete sobre relações de gênero no trabalho rural assalariado.

A dissertação de mestrado “Memórias ocultas: experiência de mulheres canavieiras em Guariba (1975-1985)” coloca luz sobre as vivências de mulheres transitaram do trabalho rural de base familiar para o assalariamento temporário nas lavouras de cana, com a migração para Guariba, município do interior de São Paulo. O período estudado parte de 1975, ano em que foi instituído o Programa Nacional do Álcool, e vai até 1985, quando foi refundado o sindicato local, após a emblemática greve de 1984, que se espalhou por toda a região e resultou no Acordo de Guariba.

Assim, analisando principalmente fontes orais (histórias de vida), periódicos locais e processos trabalhistas, o trabalho examina os deslocamentos nas relações de gênero nos diversos espaços, que se traduzem tanto na ampliação da autonomia e das possibilidades de vivência, quanto em novas formas de sofrimento e precariedade, acompanhados também da persistência dos trabalhos doméstico e ligado aos cuidados como predominantemente femininos. Essas questões são permeadas por resistências, muitas vezes silenciosas, na lavoura, em casa, nos bairros e nas instituições, articuladas por uma rede de solidariedade e ajuda mútua entre as mulheres dos bairros periféricos de Guariba.

O trabalho também procura identificar o repertório de lutas dos trabalhadores do município, traçando paralelos entre as mobilizações do pré-1964 e as que eclodiram em meados da década de 1980. A dissertação, desenvolvida por Julia Chequer, membro do LEHMT, foi defendida no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC/FGV), em agosto de 2019. O texto se encontra disponível no repositório do Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais, da instituição.

Imagem da capa: Mulheres boias-frias em Barrinha, região de Ribeirão Preto. Foto: Nair Benedicto/F4/Reprodução Cadernos CEDI, 1985.

Para saber mais
  • CHEQUER, Julia. Memórias ocultas: experiência de mulheres canavieiras em Guariba (1975-1985). Dissertação de Mestrado. Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil – CPDOC/FGV, Rio de Janeiro, 2019.
  • GIULANI, Paola Cappellin. Os movimentos de trabalhadoras e a sociedade brasileira. In: PRIORE, Mary Del (org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2007, p. 640-668.
  • SILVA, Maria A. Moraes. Errantes do fim do século. São Paulo: Fundação Editora UNESP, 1999.
  • STOLCKE, Verena. Cafeicultura: homens, mulheres e capital (1850-1980). São Paulo: Brasiliense, 1986.
  • WELCH, Clifford Andrew. A semente foi plantada: as raízes do movimento sindical camponês no Brasil, 1924-1964. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

Artigo “A corporação cristã em perspectiva transnacional: interações e transferências entre as organizações católicas para trabalhadores de Camaragibe (Brasil) e Val-des-Bois (França)” – Deivison Amaral

No final do século XIX, o militante católico e engenheiro Carlos Alberto de Menezes, carioca radicado em Recife, partiu para a Europa em uma viagem que marcaria sua vida. Sua tarefa era conhecer plantas das modernas indústrias têxteis europeias e comprar maquinário para a Fábrica de Tecidos de Camaragibe, que seria fundada em 1895 e que ele dirigiria até sua morte, em 1904. A viagem, contudo, serviu para que Menezes renovasse seu repertório de estratégias de ação católica. Na França, Menezes conheceu Léon Harmel, empresário que havia construído em Val-des-Bois um verdadeiro laboratório de ação social católica. Em sua fábrica de tecidos, Harmel criou uma corporação cristã, na qual operários e patrão tomavam conjuntamente decisões sobre o trabalho na fábrica e, especialmente, sobre a vida fora da fábrica. A corporação cristã francesa criou clubes de lazer, bandas de música, cooperativas de alimentação e, finalmente, deu origem um sindicato cristão para os operários. Tudo isso aconteceu no século XIX, antes mesmo da Igreja Católica assumir oficialmente a questão social, em 1891, com a publicação da encíclica Rerum Novarum.

Após conhecer essa experiência, Menezes voltou ao Brasil e, além de trazer consigo o maquinário para a Fábrica de Tecidos de Camaragibe, trouxe também um modelo de gestão da fábrica e dos operários baseado na corporação cristã de Léon Harmel. Menezes seguiu o modelo e criou sua própria corporação cristã, a Corporação Operária de Camaragibe. Contudo, foi além ao transformar sua militância católica em um projeto ampliado, que fez surgir a Federação Operária Cristã, influente também fora de Pernambuco, e em atuar politicamente pela causa operária pautado pelos princípios católicos da ação social. Transformou-se rapidamente em um dos católicos militantes mais influentes de sua época, sendo o organizador o 1º Congresso Católico Brasileiro, realizado em Salvador, em 1900. Além disso, foi o propositor da primeira lei sindical brasileira, que seria aprovada após sua morte, o Decreto-Lei 1.637, de 1907.

O artigo analisa as interações entre Menezes e Harmel e suas implicações para a ação social católica no Brasil, na virada do século XIX para ao século XX. É uma história de conexão transnacional entre militantes católicos que resultou na adaptação no Brasil de um modelo de paternalismo cristão, mas também de ação social católica.

O artigo A corporação cristã em perspectiva transnacional: interações e transferências entre as organizações católicas para trabalhadores de Camaragibe (Brasil) e Val-des-Bois (França) foi publicado na Revista Mundos do Trabalho, volume 11, de 2019.

O autor, Deivison Amaral, é doutor em História Social pela Unicamp e professor da PUC-Rio.

Link para o artigo:

https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/1984-9222.2019.e67231/41044

Imagem de capa: Vila Operária de Camaragibe no início do século XX – s/d – Acervo: Fundação Joaquim Nabuco.

Labuta #06: O que é história social do trabalho? – Entrevista com Benito Schmidt

Benito Bisso Schmidt é licenciado (1990) e bacharel (1992) em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, mestre em História pela mesma instituição (1996) e doutor em História Social do Trabalho pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP (2002), com estágio no Centre d’Histoire Sociale du XXe Siècle (Université Paris 1 – Panthéon-Sorbonne) (2001). Atualmente, é Professor do Departamento de História (desde 1994) e do Programa de Pós-Graduação (desde 2003) em História da UFRGS. Foi presidente da ANPUH (gestão 2011-2013). Publicou, entre outros livros, Flavio Koutzii: biografia de um militante revolucionário (de 1943 a 1984)., pela editora Libretos, em 2017 e Em busca da terra da promissão: a história de dois líderes socialistas, pela editora Palmarinca, em 2004.

Direção, Roteiro e Produção: Deivison Amaral, Heliene Nagasava, Paulo Fontes, Yasmin Getirana.
Ano de produção: 2019
Duração: 11’05’’

Labuta é um canal de vídeos do LEHMT sobre história, trabalho e sociedade.
A série “O que é história social do trabalho?” inaugura o Labuta. Durante o ano de 2019, publicaremos a série, que tem por objetivo apresentar o campo de estudos da história social do trabalho a partir de entrevistas com especialistas.

www.lehmt.org
Produção do LEHMT – Laboratório de Estudos da História dos Mundos do Trabalho da UFRJ

Labuta #05: O que é história social do trabalho? – Entrevista com Beatriz Mamigonian

Beatriz Gallotti Mamigonian é bacharel em História pela UFSC (1992), mestre e doutora em História pela University of Waterloo, Canadá (1995 e 2002). É professora titular do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina e integra o Programa de Pós-Graduação em História e o Programa de Doutorado Interdisciplinar da mesma universidade. Foi professora visitante na Michigan State University (2008) e na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, Paris (2019). Publicou, em 2017, Africanos livres: a abolição do tráfico de escravos no Brasil, pela Companhia das Letras.

Direção, Roteiro e Produção: Deivison Amaral, Heliene Nagasava, Julia Chequer, Paulo Fontes, Yasmin Getirana.
Ano de produção: 2019
Duração: 8’29’’


Labuta é um canal de vídeos do LEHMT sobre história, trabalho e sociedade.
A série “O que é história social do trabalho?” inaugura o Labuta. Durante o ano de 2019, publicaremos a série, que tem por objetivo apresentar o campo de estudos da história social do trabalho a partir de entrevistas com especialistas.

www.lehmt.org
Produção do LEHMT – Laboratório de Estudos da História dos Mundos do Trabalho da UFRJ

Travestis e transexuais: A busca pela cidadania antes do fim do arco-íris – Flavia Veras

Flavia Veras, pesquisadora do LEHMT,  publicou recentemente o artigo  Travestis e transexuais: A busca pela cidadania antes do fim do arco-íris no livro História Oral  e Direito à Cidade: Paisagens urbanas, narrativas e memória social organizado pela professora da UFRJ, Andrea Casa Nova Maia.  

O artigo articula a transfobia e a reprodução de desigualdades, que limitam o exercício da cidadania e o acesso aos equipamentos urbanos, ao mercado de trabalho e a dignidade para pessoas trans e travestis. Apesar dos recentes avanços legais no sentido de criar leis e condenar práticas que discriminem a população LGBT+, esse grupo social ainda sofre pesadas interdições que limitam mais que a participação política, também a vida social em sua plenitude. Travestis e transexuais, sobretudo dos setores mais subalternos da população, constituem a parcela mais vulnerável da população LGBT+ no Brasil. Os dados apresentados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e pelo Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE), analisados no artigo, apontam os números impressionantes de assassinatos, inclusive com crueldade e tortura, de pessoas trans e travestis. A violência física e psicológica acompanha trajetórias de vidas marcadas pela exclusão em espaços estratégicos para sociabilidade humana: na família, na escola e por fim também no mercado de trabalho. Tal condição acarreta problemas econômicos e sociais que arrastam o grupo para atividades não formalizadas, aumentando sua vulnerabilidade e invisibilidade. Em um contexto que a categoria analítica de gênero vem sendo discutida no interior da academia e movimentos sociais reivindicam a incorporação efetiva das pautas LGBT+ nos amplos setores sociais e do Estado, temos também um movimento conservador crescente e muito resistente a essas demandas. Esse artigo discute tais questões inspirado pelo olhar e experiência da professora doutora e ativista Dani Balbi, “mulher trans, negra e da periferia”, que concorreu ao cargo de deputada estadual pelo Rio de Janeiro nas eleições de 2018 pelo PCdoB.

Link para pré-venda do livro: https://www.letraevoz.com.br/historia-oral/colecao-historia-oral-e-dimensoes-do-publico/historia-oral-e-direito-a-cidade-andrea-casa-nova-maia-pre-venda/

Vale Mais #03 – 100 anos da OIT


Vale Mais é um podcast do Laboratório de Estudos dos Mundos do Trabalho da UFRJ. O objetivo é discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da perspectiva da história social.

O episódio #03 é sobre os 100 anos da Organização Internacional do Trabalho, a OIT. Criada em 1919, após a Primeira Guerra Mundial e fazendo parte do acordo de Versalhes, a OIT tinha como objetivo padronizar e pacificar as relações de trabalho no mundo, de diferentes correntes.

A trajetória do órgão e a sua relação com o Brasil serão temas da nossa conversa com o historiador argentino e professor da Universidade Federal Fluminense, Norberto Ferreras.

Produção: Deivison Amaral, Heliene Nagasava, Paulo Fontes e Yasmin Getirana.
Roteiro: Heliene Nagasava e Paulo Fontes.
Com a colaboração de Isabelle Pires, Philip Mazza Guimarães, Renata Moraes, Thompson Alves, Yasmin Getirana.
Apresentação: Yasmin Getirana.

Créditos da Imagem: Delegados na plenária da 1ª sessão da OIT, 1919. Washington/EUA
Disponível em: https://www.ilo.org/dyn/photolib/en/f?p=600817:230:0::NO:RP,230:P230_SEARCH_TEXT:e9844


O Vale Mais está disponível no Spotify, Apple Podcasts, CastBox e outros distribuidores.

Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes Vale Mais

ERRATA: O professor se refere, em certo momento, a "janeiro de 1941", mas o correto é janeiro de 1942, quando começam as transmissões de rádio do Marcondes Filho, coincidindo com a ruptura do Brasil com o Eixo. Está no ar o segundo episódio da nova temporada do podcast Vale Mais, do LEHMT-UFRJ! Nesta temporada, convidamos pesquisadoras e pesquisadores para discutir projetos, livros e teses recentes que aprofundam debates interdisciplinares sobre os mundos do trabalho. No segundo episódio, conversamos com Alexandre Fortes, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e autor do livro The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil (2024). A obra propõe um reexame da história do Brasil nas décadas de 1930 e 1940 a partir de diálogos com as novas perspectivas historiográficas internacionais sobre a Segunda Guerra Mundial. Fortes ressalta a efervescência econômica para suprir as necessidades do conflito global. Nesse contexto, a classe trabalhadora esteve no centro das lutas pela redemocratização, justamente por conta de sua experiência no processo de esforço de guerra e das ambiguidades decorrentes da intensificação da superexploração do trabalho, da derrota do nazifascismo e da perspectiva de “descontar o cheque patriótico”. Nesse sentido, a guerra e a ação dos trabalhadores foram fundamentais para redefinir noções de classe, raça e nação. Para saber mais sobre esse assunto, ouça o episódio! Não esqueça também de compartilhar nas redes sociais e acompanhar os próximos!
  1. Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes
  2. Vale Mais #28: O poder e a escravidão, por Bruna Portella e Felipe Azevedo
  3. Vale a Dica #14: Orgulho e Esperança, de Matthew Warchus
  4. Vale a Dica #13: 2 de Julho: a Retomada, de Spency Pimentel e Joana Moncau
  5. Vale a Dica #12: SAL, idealizado e dirigido por Adassa Martins

Entrevista com Nair Jane, liderança histórica das trabalhadoras domésticas do Rio de Janeiro, na Revista Mundos do Trabalho – Paulo Fontes, Louisa Acciari, Tatiane Oliveira e Yasmin Getirana

Acaba de ser lançado o número 20 da Revista Mundos do Trabalho que conta com o dossiê: “Trabalho doméstico: sujeitos, experiências e lutas”, organizado por Flavia Fernandes de Souza e Maciel Henrique Silva.

Nesta edição, Paulo Fontes e Yasmin Getirana, pesquisadores do LEHMT, em conjunto com Louisa Acciari e Tatiana de Oliveira Pinto, publicaram uma entrevista com Nair Jane de Castro Lima, liderança histórica das trabalhadoras domésticas do Rio de Janeiro.

Nascida no Maranhão, Nair Jane, uma mulher negra hoje com 87 anos, começou a trabalhar como doméstica ainda criança. Nos anos 1960 vinculou-se à Juventude Operária Católica (JOC) e tornou-se presidente da Associação Profissional das Empregadas Domésticas do Rio de Janeiro no início da década de 1970, participando de sua transformação em sindicato, do qual se tornaria a primeira presidenta em 1988, Participou ainda da formação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e foi uma das fundadoras da Confederação Latino-Americana e do Caribe das Trabalhadoras Domésticas em 1988 e do sindicato da categoria na Baixada Fluminense, onde atualmente ocupa o cargo de vice-diretora. Em 2003, recebeu o Prêmio Bertha Lutz, do Senado Federal, e em 2019 foi homenageada com o “Diploma Mulher-Cidadã Leolinda de Figueiredo Daltro”, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

Essa entrevista e o número completo da revista podem ser acessados em https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho

Exibição e debate do documentário Dying for gold sobre os mineiros da África do Sul – 20/9, 11h na PUC-RIO

O Laboratório de Pesquisa em Conexões Atlânticas da PUC-Rio e o Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ promoverão a exibição e debate do documentário sul-africano Dying for gold (2018), dirigido por Richard Pakleppa e Catherine Meyburgh. O filme será exibido no dia 20 de setembro (sexta-feira), às 11h na Sala K102 (1o andar) do Edifício da Amizade na PUC-Rio.

Dying for gold aborda a situação da mineração aurífera na África Austral. O filme retrata uma epidemia de silicose e tuberculose que atingiu os mineiros como consequência das condições de trabalho nas minas.  O documentário foi feito ao longo de três anos de pesquisa e filmagem na África do Sul, Moçambique, Lesoto e Suazilândia e justapõe histórias pessoais de mineiros e suas famílias com documentos arquivísticos compilados pelos cineastas.

Os mineiros e seus familiares conquistaram um acordo com as companhias mineradoras da região em 2018 por meio de uma ação coletiva. As empresas se comprometeram a pagar as indenizações nos próximos doze anos. A exibição deste documentário faz parte de uma campanha dos diretores do filme para pressionar as mineradoras a cumprirem o que foi acordado e para trazer à luz as condições de vida e de trabalho dos mineiros da região.

Para mais informações: http://www.dyingforgold.com/