Artigo “O auditório da Secretaria de Saúde e Assistência Publica de Minas Gerais: lugar de memória dos trabalhadores de Belo Horizonte (1961-1964)” – Samuel Oliveira e Marina Camisasca

O artigo foi escrito por Samuel Oliveira, pesquisador do Laboratório de Estudos do Mundo do Trabalho (LEHMT-UFRJ), e Marina Camisasca, doutoranda em História na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A partir do diálogo com a série Lugares de Memória dos Trabalhadores (coordenada por Paulo Fontes), e de pesquisa no acervo da polícia política e em jornais da Hemeroteca do Estado de Minas Gerais, os pesquisadores analisaram o auditório da Secretaria de Saúde e Assistência (atual, Minascentro), como espaço de construção da luta dos trabalhadores, enfocando a realização do Congresso Nacional dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas e do Congresso de Trabalhadores Favelados de Belo Horizonte.
O artigo enfatiza a intersecção entre a luta social no campo e nas favelas na construção da agenda das reformas de base, durante governo Goulart (1961-1964), e apresenta a capital mineira como uma das centralidades políticas do ciclo de protestos dos trabalhadores nos anos 1960.

Link: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180313342021e0302/13713


Crédito da imagem de capa: ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. Fundo DOPS-MG. Pasta 0119.

Vale Mais #17 – “Novo trabalhismo”





Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ, que tem como objetivo discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.

episódio #17 do Vale Mais é sobre “Novo trabalhismo”.

Neste nono episódio da segunda temporada do Vale Mais, conversamos com Heliene Nagasava. Heliene é servidora do Arquivo Nacional, pesquisadora do LEHMT/UFRJ e doutora em História, Política e Bens Culturais (2021), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), sob a orientação de Paulo Fontes. Ela defendeu recentemente a tese “O Ministério do Trabalho e as políticas públicas na ditadura militar: sindicatos, assistencialismo e repressão (1964-1974)” e, seguindo a série de conversas do Vale Mais com jovens doutores/as no campo da História Social do Trabalho, abordou sobre as implicações do Golpe de 1964 no Ministério do Trabalho, bem com as políticas públicas desenvolvidas pela pasta durante os primeiros dez anos da ditadura militar. Heliene Nagasava discute sobre a noção de “novo trabalhismo”, originalmente concebida pelo então Ministro do Planejamento Roberto Campos, revelando tensões interministeriais no governo, combinadas à repressão aos trabalhadores, aos processos de intervenção sindical e ao reforço de projetos assistencialistas, que buscavam esvaziar debates políticos nos sindicatos.

Produção: Felipe Ribeiro, Flávia Veras, João Christovão e Larissa Farias
Roteiro: Felipe Ribeiro, Flávia Veras, João Christovão e Larissa Farias 
Apresentação: Larissa Farias 

Vale Mais #31: Saraiva, Dantas e Cotegipe: baianismo, escravidão e os planos para o pós-abolição no Brasil, por Itan Cruz Vale Mais

Está no ar o quarto episódio da nova temporada do podcast Vale Mais, do LEHMT-UFRJ! Nesta temporada, convidamos pesquisadoras e pesquisadores para discutir projetos, livros e teses recentes que aprofundam debates interdisciplinares sobre os mundos do trabalho. Neste quarto episódio, conversamos com Itan Cruz, doutor em História pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), sobre sua tese Saraiva, Dantas e Cotegipe: baianismo, escravidão e os planos para o pós-abolição no Brasil (1880-1889). Ao longo da conversa, Itan mostra como investigou de que maneira políticos baianos, como Saraiva, Dantas e Cotegipe, influenciaram os últimos anos do cativeiro no Brasil. Entre jogos de poder, alianças improváveis e disputas internas, revelamos como o baianismo atravessou gabinetes, salões, senzalas e até as relações íntimas do Império. Para saber mais, ouça o episódio. E não deixe de acompanhar a nova temporada do Vale Mais! Entrevistadores: Ana Clara Tavares, Isabelle Pires, Josemberg Araújo, Larissa Farias e Thompson Clímaco Roteiro: Ana Clara Tavares, Isabelle Pires, Larissa Farias e Thompson Clímaco Produção: Ana Clara Tavares e Larissa Farias Edição: Josemberg Araújo e Thompson Clímaco Diretor da série: Thompson Clímaco Coordenadora geral do Vale Mais: Larissa Farias
  1. Vale Mais #31: Saraiva, Dantas e Cotegipe: baianismo, escravidão e os planos para o pós-abolição no Brasil, por Itan Cruz
  2. Vale Mais #30: A cultura de luta antirracista e o movimento negro do século 21, por Thayara Lima
  3. Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes
  4. Vale Mais #28: O poder e a escravidão, por Bruna Portella e Felipe Azevedo
  5. Vale a Dica #14: Orgulho e Esperança, de Matthew Warchus

Livros de Classe #10: Dialética da Colonização, de Alfredo Bosi, por João Christovão

Neste vídeo da série Livros de Classe, João Christovão, professor da Rede Municipal de Cabo Frio, apresenta a obra Dialética da Colonização, de Alfredo Bosi. Publicado em 1992, o livro é uma coletânea de textos do autor, nos quais analisa-se a formação política, social e cultural do Brasil e traz importantes contribuições à história social do trabalho.

Livros de Classe

Os estudantes de graduação são desafiados constantemente a elaborar uma percepção analítica sobre os diversos campos da história. Nossa série Livros de Classe procura refletir justamente sobre esse processo de formação, trazendo obras que são emblemáticas para professores/as, pesquisadores/as e atores sociais ligados à história do trabalho. Em cada episódio, um/a especialista apresenta um livro de impacto em sua trajetória, assim como a importância da obra para a história social do trabalho. Em um formato dinâmico, com vídeos de curtíssima duração, procuramos conectar estudantes a pessoas que hoje são referências nos mais diversos temas, períodos e locais nos mundos do trabalho, construindo, junto com os convidados, um mosaico de clássicos do campo.

A seção Livros de Classe é coordenada por Ana Clara Tavares.

Artigo “Lygia Santos, uma intelectual negra no Rio de Janeiro (1934-1980)” – Samuel Oliveira e Diogo Melo


O artigo publicado na Revista de Estudos Íbero-americanos por Samuel Oliveira, pesquisador do LEHMT-UFRJ, e Diogo Melo, professor e pesquisador da UFPA, é resultado de uma parceria realizada através do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais do CEFET-RJ.
O texto aborda, a partir da metodologia de História Oral e dos debates sobre biografia e análise histórica, a trajetória e os projetos de negritude articulados por Lygia Santos, “filha de Donga”. Ela foi uma das fundadoras do Clube Renascença nos anos 1950, e de projetos que articulavam a negritude à cultura popular do samba nos anos 1960 e 1970.
Lygia Santos foi professora formada pelo Instituto de Educação, advogada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e museóloga pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, identificando-se como uma intelectual negra. E a “Casa de Lygia Santos” cruzava as referências da cultura erudita e popular no Rio de Janeiro, constituindo experiências que se contrapunham aos sistemas de dominação de classe e raça na cidade.

Link: https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/iberoamericana/article/view/40369


Crédito da imagem de capa: O CRUZEIRO, 28 fev.1982.

Chão de Escola #18: Trabalhadores(as) escravizados(as) e livres no Brasil: terras, migrações, memórias e identidades, por Maciel Henrique Silva e Márcio Romerito da Silva Arcoverde


Professor Maciel Henrique Silva (IFPE) e Professor Márcio Romerito da Silva Arcoverde (CODAI-UFRPE)


Apresentação da atividade

Segmento: 2º e 3º ano do Ensino Médio

Unidade temática: Espaços de trabalhadores(as) na sociedade brasileira

Objetivos gerais:

– Compreender a dinâmica, os espaços dos(as) trabalhadores(as) escravizados(as) e do pós-abolição no Brasil;
– Discutir os lugares de memórias e seus significados na luta pelo direito da população negra e indígena à terra e à vida;
– Estimular a discussão sobre memórias, migrações e identidades quilombolas no pós-abolição;
– Desenvolver uma leitura das cidades brasileiras que problematize memórias e patrimônios alusivos à população trabalhadora negra;

Habilidades a serem desenvolvidas (de acordo com a BNCC)

(EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
(EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles.
(EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.
(EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.

Duração da atividade:  

Aulas Planejamento
01Etapa 1
02Etapa 1
03Etapa 2
04Etapa 2

Conhecimentos prévios:]

-Comércio transatlântico de escravos;
-Trabalho escravo no Brasil;
-Abolição da escravidão; Lei de Terras;
-Lei áurea;
-Industrialização e migração rural-urbano na Primeira República;
-Migrações nacionais na República anos 1940-1970.


Atividade

Recursos: Projetor, impressora, mapas, banco de dados https://www.slavevoyages.org/ e vídeos.

Etapa 1:  Os portos do Rio de Janeiro e Salvador como espaços de memória dos trabalhadores escravizados.

Professor(a), nessa etapa é importante esclarecer para os estudantes que espaços ou lugares de memória é um termo utilizado também no campo dos direitos humanos que se refere às diferentes referências das memórias de vítimas submetidas a graves violações e/ou supressões de direitos. A partir dessa problematização, distribua os textos para os discentes, divididos em duplas, que farão a leitura atenta com tempo determinado. Aqui é importante sinalizar que os estudantes precisam articular imagens, textos e mapas para construírem uma visão totalizante do tema.
Os textos serão entregues aos discentes, em dupla, deverão ler.

Após a leitura dos textos pelos estudantes o(a) professor(a) irá propor a problematização sobre o seguinte ponto:
Escravidão transatlântica e os fluxos das migrações forçadas de escravizados para as Américas; o professor(a) deverá projetar os mapas a seguir que devem ser contextualizados com as informações contidas na fonte.

Mapa 1: Visão geral do tráfico de escravos partindo da África, 1500-1900. Disponível em https://www.slavevoyages.org/voyage/maps#introductory-. Acesso em: 19 de out. 2021.
Mapa 8: Principais regiões em que os cativos desembarcavam, todos os anos.
Disponível em https://www.slavevoyages.org/voyage/maps#introductory-. Acesso em: 19 de out. 2021
Mapa 9: Volume e direção do tráfico de escravos transatlântico, de todas as regiões africanas a todas as regiões americanas.
Disponível em https://www.slavevoyages.org/voyage/maps#introductory-. Acesso em: 19 de out. 2021.

Depois de leitura dos textos e mapas, o(a) professor(a) deverá propor que os estudantes respondam em dupla:

1. Qual a importância de se criar políticas públicas para a sociedade compreender esses portos como espaços de memória dos trabalhadores?
2. Por que é importante a patrimonialização do Cais do Valongo para a memória dos trabalhadores?
3. Seria o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, e o Cais do Porto, em Salvador, lugares de memória para todos os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros? Justifique sua resposta.


Etapa 2: Trabalhadores livres pobres no pós- Abolição e a questão da terra

 “A reordenação das formas de trabalho, em seguida à Abolição, afetou a situação dos negros, já nascidos livres ou recém-libertos”. (GORENDER,1990, p.190)

“O trabalhador nacional era depreciado pelos fazendeiros. Estes não esperavam extrair do negro livre o mesmo rendimento que extraíam do negro escravo. Predominava a expectativa de que os escravos abandonariam as fazendas ou fariam exigências exorbitantes para continuar nelas”. (GORENDER, 1990, p. 192).

Professor(a), os textos a seguir são trechos do livro “Torto arado” (2018). A leitura, que deve ser transdisciplinar, abrange pelo menos conteúdos de História, de Literatura e de Geografia.

Os textos deverão ser entregues aos discentes, em dupla, para a leitura atenta.

Documento 1 

Em troca, poderia se construir uma tapera de barro e taboa, que se desfizesse com o tempo, com a chuva e com o sol forte. Que essa morada nunca fosse um bem durável que atraísse a cobiça dos herdeiros. Que essa casa fosse desfeita de forma fácil se necessário. Podem trabalhar – contavam nas suas romarias pelo chão de Caxangá –, podem trabalhar, mas a terra é dessa família por direito. Os donos da terra eram conhecidos desde a lei de terras do Império, não havia o que contestar. Quem chegasse era forasteiro, poderia ocupar, plantar e fazer da terra sua morada. Poderia cercar seu quintal e fazer roça na várzea nas horas vagas. Poderia comer e viver da terra, mas deveria obediência e gratidão aos senhores.

(JUNIOR, Itamar Vieira. Torto arado. São Paulo: Todavia, 2021, p. 183)

Documento 2

Além da dívida de trabalho para com os senhores da fazenda, não havia nada para deixar para os filhos e netos. O que era transmitido de um para outro era a casa, quase sempre em estado ruim e que logo teria que ser refeita. Os pioneiros não pensavam assim, ou seus pensamentos eram abafados pela urgência de se manter a paz entre os trabalhadores e seus senhores. Ou porque havia uma gratidão pela acolhida que as gerações seguintes já não tinham, talvez por terem nascido e crescido neste lugar. Os mais jovens começavam a se considerar mais donos da terra do que qualquer um daqueles que tinham seus nomes transcritos no documento, que tinha sua cópia disputada e negociada pelos gerentes de forma desvantajosa para eles.
Meu irmão insistiu no assunto, apesar de evitar falar na frente de nosso pai. Vivia com Severo para cima e para baixo, entre um trabalho e outro, para ganhar a atenção dos moradores. “Não podemos mais viver assim. Temos direito à terra. Somos quilombolas.” Era um desejo de liberdade que crescia e ocupava quase tudo o que fazíamos. Com o passar dos anos esse desejo começou a colocar em oposição pais e filhos numa mesma casa. Alguns jovens já não queriam permanecer na fazenda. Desejavam a vida na cidade. Os deslocamentos se tornaram mais intensos que no passado, quando nos transportávamos em animais para outros lugares, cidades e os povoados vizinhos. A vida na cidade, entre viajantes e comerciantes, era atraente. Pesava na decisão justamente o trabalho para os fazendeiros, que foi mantido entre nós e atravessou gerações. Zezé queria dizer ao nosso pai que não nos interessava apenas a morada. Que não havia ingratidão. “Eles que não nos foram gratos, correm boato que querem vender a fazenda sem se preocupar com a gente”, dizia para mim e Domingas. “Queremos ser donos de nosso próprio trabalho, queremos decidir sobre o que plantar e colher além de nossos quintais. Queremos cuidar da terra onde nascemos, da terra que cresceu com o trabalho de nossas famílias”, completou Severo, numa roda de prosa debaixo da jaqueira na beira da estrada.

(JUNIOR, Itamar Vieira. Torto arado. São Paulo: Todavia, 2021, p. 186-187).

Documento 3

Depois de leitura dos textos o(a) professor(a) deverá propor que os estudantes respondam em dupla:

1.Quais as possibilidades de sobrevivências que os textos 1 e 2 apontam para as situações na pós-abolição?
2. A permanência da estrutura de posse de terra nas mãos da elite senhorial afetou a autonomia de trabalhadores e trabalhadoras negras no meio agrário? Aponte exemplos ou situações relativas ao tema. 
3. Discuta com sua dupla, a partir das imagens e textos propostos, quais os sentidos de liberdade e de trabalho para trabalhadores e trabalhadoras no Brasil após o 13 de Maio de 1888.
4. Propor aos estudantes uma pesquisa sobre a chamada escravidão contemporânea ou trabalho análogo à escravidão.


Bibliografia e Material de apoio:

ABREU, Martha; PEREIRA, Matheus Serva (orgs.). Caminhos da liberdade: histórias da abolição e do pós-abolição no Brasil. Niterói: PPGHistória – UFF, 2011.

CARVALHO DA ROCHA, Ana Luiza; JUNIOR, Norberto Kuhn; MAGALHÃES, Magna Lima e NUNES, Margarete Fagundes. “Era um hino de fábrica apitando”: a memória do trabalho negro na cidade de Novo Hamburgo (RS), Brasil. Etnográfica. Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia, vol. 17 (2), 2013, p. 269-291.

DABAT, Christine Rufino. Moradores de Engenho: relações de trabalho e condições de vida dos trabalhadores rurais na zona canavieira de Pernambuco, segundo a literatura, a academia e os próprios atores sociais. 2ª ed. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2012.

FRAGA FILHO, Walter.  Encruzilhadas da liberdade: histórias de escravos e libertos na Bahia (1870-1910). Campinas, Sp: Editora da Unicamp, 2006.

GORENDER, Jacob. A escravidão reabilitada. São Paulo: Ática, 1990.

HERNANDEZ, Julianna do Nascimento; MIRAGLIA, Lívia Mendes Moreira; OLIVEIRA, Rayhanna Fernandes de Souza (organizadoras). Trabalho escravo contemporâneo: conceituação, desafios e perspectivas. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2018.

Sites:

https://lehmt.org/lugares-de-memoria-dos-trabalhadores-33-cais-do-valongo-rio-de-janeiro-rj-ynae-lopes-dos-santos/

https://lehmt.org/lugares-de-memoria-dos-trabalhadores-cais-do-porto-salvador-bahia-joao-jose-reis/

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44091474

https://conversadehistoriadoras.com/2014/09/15/pos-abolicao-no-mundo-atlantico/

http://www.inci.org.br/acervodigital/index.php



Créditos da imagem de capa: https://outraspalavras.net/historia-e-memoria/porto-do-rj-onde-o-capitalismo-tisnou-o-brasil/, acessada em 25 de outubro de 2021.


Chão de Escola

Nos últimos anos, novos estudos acadêmicos têm ampliado significativamente o escopo e interesses da História Social do Trabalho. De um lado, temas clássicos desse campo de estudos como sindicatos, greves e a relação dos trabalhadores com a política e o Estado ganharam novos olhares e perspectivas. De outro, os novos estudos alargaram as temáticas, a cronologia e a geografia da história do trabalho, incorporando questões de gênero, raça, trabalho não remunerado, trabalhadores e trabalhadoras de diferentes categorias e até mesmo desempregados no centro da análise e discussão sobre a trajetória dos mundos do trabalho no Brasil.
Esses avanços de pesquisa, no entanto, raramente têm sido incorporados aos livros didáticos e à rotina das professoras e professores em sala de aula. A proposta da seção Chão de Escola é justamente aproximar as pesquisas acadêmicas do campo da história social do trabalho com as práticas e discussões do ensino de História. A cada nova edição, publicaremos uma proposta de atividade didática tendo como eixo norteador algum tema relacionado às novas pesquisas da História Social do Trabalho para ser desenvolvida com estudantes da educação básica. Junto a cada atividade, indicaremos textos, vídeos, imagens e links que aprofundem o tema e auxiliem ao docente a programar a sua aula. Além disso, a seção trará divulgação de artigos, entrevistas, teses e outros materiais que dialoguem com o ensino de história e mundos do trabalho.

A seção Chão de Escola é coordenada por Claudiane Torres da Silva, Luciana Pucu Wollmann do Amaral e Samuel Oliveira

Livros de Classe #09: Visões da Liberdade, de Sidney Chalhoub, por Álvaro Nascimento

Neste vídeo da série Livros de Classe, Álvaro Nascimento, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), apresenta a obra Visões da Liberdade, de Sidney Chalhoub. Publicado pela primeira vez em 1990, o livro reconstrói as ações cotidianas utilizadas por trabalhadores escravizados e livres a partir de processos judiciais da época.

Livros de Classe

Os estudantes de graduação são desafiados constantemente a elaborar uma percepção analítica sobre os diversos campos da história. Nossa série Livros de Classe procura refletir justamente sobre esse processo de formação, trazendo obras que são emblemáticas para professores/as, pesquisadores/as e atores sociais ligados à história do trabalho. Em cada episódio, um/a especialista apresenta um livro de impacto em sua trajetória, assim como a importância da obra para a história social do trabalho. Em um formato dinâmico, com vídeos de curtíssima duração, procuramos conectar estudantes a pessoas que hoje são referências nos mais diversos temas, períodos e locais nos mundos do trabalho, construindo, junto com os convidados, um mosaico de clássicos do campo.

A seção Livros de Classe é coordenada por Ana Clara Tavares.

Vale Mais #16 – Futebol Operário





Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ, que tem como objetivo discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.

episódio #16 do Vale Mais é sobre Futebol Operário.

Este é oitavo episódio da segunda temporada do podcast Vale Mais. Nesta temporada realizamos uma série de conversas com jovens doutores/as no campo da História Social do Trabalho. Eles/as explicam seus temas de pesquisa e processos de elaboração de suas teses. Neste episódio, conversamos com Raphael Rajão Ribeiro, doutor em História, Política e Bens Culturais (2021), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Raphael defendeu a tese “A Várzea e a Metrópole: Futebol amador, transformação urbana e política local em Belo Horizonte (1947-1989)”, sob orientação de Bernardo Borges Buarque de Hollanda. Em nossa conversa, Raphael aborda a trajetória do futebol amador investigando a prática social e cultural atrelada aos grupos populares. Enfatiza a intersecção entre o futebol e a cidade pois articula-se com as dinâmicas locais, permitindo o debate sobre as configurações urbanas e relações políticas no cotidiano dos trabalhadores.

Dica da entrevistado: Ludopédio (https://ludopedio.org.br/)

Várzea: a bola rolada na beira do coração (documentário)

Produção: Felipe Ribeiro, Flávia Veras, João Christovão e Larissa Farias
Roteiro: Felipe Ribeiro, Flávia Veras, João Christovão e Larissa Farias 
Apresentação: Larissa Farias 

Vale Mais #31: Saraiva, Dantas e Cotegipe: baianismo, escravidão e os planos para o pós-abolição no Brasil, por Itan Cruz Vale Mais

Está no ar o quarto episódio da nova temporada do podcast Vale Mais, do LEHMT-UFRJ! Nesta temporada, convidamos pesquisadoras e pesquisadores para discutir projetos, livros e teses recentes que aprofundam debates interdisciplinares sobre os mundos do trabalho. Neste quarto episódio, conversamos com Itan Cruz, doutor em História pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), sobre sua tese Saraiva, Dantas e Cotegipe: baianismo, escravidão e os planos para o pós-abolição no Brasil (1880-1889). Ao longo da conversa, Itan mostra como investigou de que maneira políticos baianos, como Saraiva, Dantas e Cotegipe, influenciaram os últimos anos do cativeiro no Brasil. Entre jogos de poder, alianças improváveis e disputas internas, revelamos como o baianismo atravessou gabinetes, salões, senzalas e até as relações íntimas do Império. Para saber mais, ouça o episódio. E não deixe de acompanhar a nova temporada do Vale Mais! Entrevistadores: Ana Clara Tavares, Isabelle Pires, Josemberg Araújo, Larissa Farias e Thompson Clímaco Roteiro: Ana Clara Tavares, Isabelle Pires, Larissa Farias e Thompson Clímaco Produção: Ana Clara Tavares e Larissa Farias Edição: Josemberg Araújo e Thompson Clímaco Diretor da série: Thompson Clímaco Coordenadora geral do Vale Mais: Larissa Farias
  1. Vale Mais #31: Saraiva, Dantas e Cotegipe: baianismo, escravidão e os planos para o pós-abolição no Brasil, por Itan Cruz
  2. Vale Mais #30: A cultura de luta antirracista e o movimento negro do século 21, por Thayara Lima
  3. Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes
  4. Vale Mais #28: O poder e a escravidão, por Bruna Portella e Felipe Azevedo
  5. Vale a Dica #14: Orgulho e Esperança, de Matthew Warchus

Livros de Classe #08: O vapor do diabo, de José Sérgio Leite Lopes, por Thomas Rogers

Neste vídeo, Thomas Rogers, professor do departamento de História da Emory College – situado no estado da Georgia, EUA – apresenta a obra O vapor do diabo, de José Sérgio Leite Lopes. Lançada em 1976, a obra é parte de um importante corpo de estudos desenvolvido por antropólogos do Museu Nacional (UFRJ) no nordeste canavieiro, no período, abordando o trabalho industrial nas usinas.

Livros de Classe

Os estudantes de graduação são desafiados constantemente a elaborar uma percepção analítica sobre os diversos campos da história. Nossa série Livros de Classe procura refletir justamente sobre esse processo de formação, trazendo obras que são emblemáticas para professores/as, pesquisadores/as e atores sociais ligados à história do trabalho. Em cada episódio, um/a especialista apresenta um livro de impacto em sua trajetória, assim como a importância da obra para a história social do trabalho. Em um formato dinâmico, com vídeos de curtíssima duração, procuramos conectar estudantes a pessoas que hoje são referências nos mais diversos temas, períodos e locais nos mundos do trabalho, construindo, junto com os convidados, um mosaico de clássicos do campo.

A seção Livros de Classe é coordenada por Ana Clara Tavares.

Livros de Classe #07: Homens livres na ordem escravocrata, de Maria Sylvia de Carvalho Franco, por Renata Moraes

Neste vídeo da série Livros de Classe, Renata Moraes, professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisadora do LEHMT/UFRJ, apresenta Homens livres na ordem escravocrata, de Maria Sylvia de Carvalho Franco, publicado em 1969.

Livros de Classe

Os estudantes de graduação são desafiados constantemente a elaborar uma percepção analítica sobre os diversos campos da história. Nossa série Livros de Classe procura refletir justamente sobre esse processo de formação, trazendo obras que são emblemáticas para professores/as, pesquisadores/as e atores sociais ligados à história do trabalho. Em cada episódio, um/a especialista apresenta um livro de impacto em sua trajetória, assim como a importância da obra para a história social do trabalho. Em um formato dinâmico, com vídeos de curtíssima duração, procuramos conectar estudantes a pessoas que hoje são referências nos mais diversos temas, períodos e locais nos mundos do trabalho, construindo, junto com os convidados, um mosaico de clássicos do campo.

A seção Livros de Classe é coordenada por Ana Clara Tavares.

Livro: Futebol e Mundos do Trabalho no Brasil


Acaba de ser publicado pela Editora da UERJ o livro Futebol e Mundos do Trabalho no Brasil. A obra é organizada por Bernardo Buarque de Holanda, professor do CPDOC/FGV e Paulo Fontes, professor do IH/UFRJ e coordenador do LEHM/UFRJ. Com prefácio de Richard Giulianotti, professor da Loughborough University no Reino Unido, e orelha do jornalista Juca Kfouri, o livro reúne 9 capítulos que tratam de temas diversos, como a prática do esporte em locais de trabalho, como fábricas e minas, o futebol amador,o futebol feminino, as trajetórias profissionais de jogadores, o uso que a ditadura militar fez do esporte e a visão das torcidas organizadas de clubes sobre o futebol contemporâneo. Fátima Antunes, Brenda Elsey, Joshua Nedel, Marca Cioccari, Clément Astruc, José Sérgio Leite Lopes, José Paulo Florenzano e Jimmy Medeiros, além os organizadores da obra, são os/as autores/as das contribuições, que têm um escopo temporal que vai do final do século XIX à segunda década do século XXI, e abarcam diversos territórios e espaços do país. Felipe Ribeiro, professor da UESPI e pesquisador do LEHMT/UFRJ também é autor de um dos artigos do livro, intitulado “ ‘A vitória do trabalhador brasileiro na memorável conquista de bravos jogadores’: futebol, times de fábrica e o jogo da política”. Paulo Fontes, além da apresentação, escrita em conjunto com Bernardo Buarque de Holanda, é o autor do artigo “Futebol de várzea e trabalhadores: os clubes amadores em São Paulo nas décadas de 1940 e 1950”.

Haverá um lançamento por via remota com a presença dos organizadores, alguns autores e do jornalista Juca Kfouri no dia 4 de novembro às 14h. O link do evento será divulgado em breve.

O livro pode ser adquirido no site da editora da UERJ (https://eduerj.com/?product=futebol-mundos-do-trabalho-no-brasil) ou encomendado em qualquer livraria física ou virtual do país.