Episódio 16: Sweetness and Power: The Place of Sugar in Modern History, de Sidney Mintz, por Christine Dabat

Neste vídeo de Livros de Classe, Christine Dabat, professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), apresenta a obra Sweetness and Power: The Place of Sugar in Modern History, do antropólogo estadunidense Sidney Mintz. Lançado em 1985, a obra, assim como seu autor, é importante referência para os estudos do trabalho rural, em especial ligados ao açúcar.  

Livros de Classe

Os estudantes de graduação são desafiados constantemente a elaborar uma percepção analítica sobre os diversos campos da história. Nossa série Livros de Classe procura refletir justamente sobre esse processo de formação, trazendo obras que são emblemáticas para professores/as, pesquisadores/as e atores sociais ligados à história do trabalho. Em cada episódio, um/a especialista apresenta um livro de impacto em sua trajetória, assim como a importância da obra para a história social do trabalho. Em um formato dinâmico, com vídeos de curtíssima duração, procuramos conectar estudantes a pessoas que hoje são referências nos mais diversos temas, períodos e locais nos mundos do trabalho, construindo, junto com os convidados, um mosaico de clássicos do campo.

A seção Livros de Classe é coordenada por Ana Clara Tavares.

Chão de Escola #23: Keilla Vila Flor (UnB) fala sobre os debates de gênero, raça, classe e suas reflexões para professores da Educação Básica



Professora Keilla Vila, é um prazer te receber no CHÃO DE ESCOLA. Gostaria que contasse de sua trajetória como professora. Em quais os lugares em que se formou e lecionou?

É um prazer ter recebido o convite para essa entrevista incrível também. Bom, eu comecei a dar aula com dezoito anos, em 2014. Eu terminei o ensino médio em 2013 e passei na UNB logo em seguida. O mais curioso disso, é que assim que eu passei, por volta de meados de janeiro, uma veterana no curso publicou no grupo da História-UnB, no Facebook, o anúncio de recrutamento de novos integrantes do Projeto Noctua, um projeto de extensão que atuava em escolas públicas dando aulas de história a partir de obras literárias. Eu, então, enviei uma mensagem para ela, perguntando se eu, recém aprovada, poderia compor o projeto. Como a resposta foi positiva, na semana seguinte eu já estava participando das reuniões do projeto e ainda faltava mais de um mês para o semestre da UnB começar. Como as aulas das escolas públicas do DF costumam começar antes do semestre da UnB, em 2014 eu entrei em sala de aula primeiro como professora e depois como aluna. Depois disso, no semestre seguinte, comecei a trabalhar como monitora de cursinhos pré-vestibulares até ser promovida à professora antes mesmo de me formar, já que não é necessário diploma para dar aula em cursinhos. Enquanto estava na graduação, fiz parte de outros projetos de extensão e docência voltados para a promoção de debates sobre raça, gênero e sexualidade nos quais trabalhei com turmas desde o fundamental II até o EJA. Só depois de formada consegui emprego em uma escola particular, na qual trabalhava com o ensino fundamental II.

Como surgiu o projeto “Tem Cor no Ensino”?

O Tem Cor surgiu de uma inquietação em comum que existia em mim, Verônica Gomes e Vinícius Machado. Ambos são professores e, assim como eu, trabalham com a promoção dos debates de gênero, raça, classe e sexualidade voluntariamente e presencialmente em várias escolas do DF, a partir do convite das coordenações dessas escolas. Durante o Novembro, por ser o mês da Consciência Negra, surgiam bastante convites, mas com a pandemia nós já sabíamos que isso não iria acontecer e, consequentemente, os debates que nós levávamos até as escolas também não. Então nós passamos a pensar em como seguir promovendo esses debates sem expor ninguém ao risco de um vírus mortal, que é a Covid-19. Assim surgiu, então, o Tem Cor No Ensino, que é 100% digital e conta com materiais didáticos em PDF (cartilhas e histórias em quadrinhos) e vídeos.

Vocês já realizaram mais de uma História em Quadrinhos para pensar o ensino de História. Qual é a diferença de pensar ensino a partir da produção de História em Quadrinhos? O que elas possibilitam de diferente no espaço das salas de aula?

Formular uma história em quadrinhos é, pra mim, tornar físico, tangível – mesmo que em meio digital – o que eu imagino ou como eu imagino a história a partir das minhas pesquisas e do que eu leio das pesquisas de outros profissionais das ciências humanas. Então eu acredito que o que tem de diferente em uma HQ é justamente isso: ela permite o compartilhamento da minha imaginação, da imaginação do Vinícius, da Verônica, da Laís, do Lucas, da Carol (os outros componentes do projeto) e permite que essa imaginação interaja com a dos alunos, por meio das propostas de trabalho que exigem produções deles a partir da leitura do material.

Qual a importância da história social dos de baixo para o debate da Lei 10.639/03 e 11.625/08, tema central para o debate que realizam?

Trazer para o centro dos debates esses indivíduos que foram marginalizados das ditas narrativas oficiais da História é de suma importância, porque as mãos que sustentam o Brasil são majoritariamente mãos negras e indígenas. É preciso que a História que é ensinada nas escolas faça sentido para os estudantes, que essa História esteja conectada, de alguma maneira, com suas vidas e que sobretudo eles consigam encontrar nessas narrativas histórias que não sejam apenas de sofrimento e dor. Por isso que as leis 10.639/03 e 11.625/08 são fundamentais, porque elas não apenas respaldam os docentes que sempre fizeram esse trabalho de conscientização e de resgate histórico, mas também obriga àqueles que perpetuam narrativas histórias que são muito caras e violentas aos povos negros e indígenas realizarem novas leituras e pesquisas sobre os temas. Do que eu leio bastante nas redes sociais, ou ouço em conversas informais com colegas e amigos, ou até mesmo com base em algumas das minhas experiências, a escola costuma ser um ambiente marcado por violências de várias formas e a racial é uma delas. Essas violências marcam a vida das pessoas para sempre e uma muito sutil é estudar uma História em que os poucos indivíduos que aparecem nela que possuem a mesma cor que eu – ou mais escuros -, o mesmo cabelo que o meu, os mesmos traços que os meus, só aparecem em posição de subalternização, de sofrimento, de humilhação. Qual perspectiva de futuro nós, professores de História, estamos apresentando para os nossos estudantes se nós perpetuamos uma narrativa que explicitamente nos mostra que para ser tratado como um herói, para “vencer”, para ter direito a nome, trajetória com detalhes e honrarias, você precisa nascer homem, branco e cisgênero? E essa pergunta não trata unicamente de fomentar a autoestima de estudantes não-brancos, o que é fundamental, mas também de questionar essa perspectiva muito tradicional da “história dos grandes homens/do vencedores” que deliberadamente faz com que os estudantes brancos se sintam autorizados a exercer essa posição de domínio sobre aqueles que não são brancos.

Nas redes sociais, percebemos que existe uma preocupação em falar dos escravizados, dos povos originários e das identidades de gênero e sexualidade no Ensino de História. Trata-se de um debate intersecional. Como a discussão da formação de classes sociais impactam a discussão desses temas?

Como professora, eu pratico bastante a escuta atenta e crítica – em algumas aulas, inclusive, os debates são tão acalorados que passo longos minutos calada enquanto eles convergem e/ou divergem nas opiniões que são levantadas sobre os temas supracitados (opressões raciais, de gênero, sexualidade, classe, etc). Frequentemente algumas frases ditas por eles me fazem ficar dias refletindo e em seguida começo a pensar que outras pessoas no Brasil também tem realidades tão confortáveis quanto a da maioria dos meus alunos e é preciso acessar essas pessoas e mostrar para elas que meritocracia é uma enorme falácia. Que é muito fácil dizer que “quem quer, se esforça e consegue”, quando sua geladeira está cheia de comida, quando você volta da escola, seu almoço está pronto e a palavra escassez só existe pra você nos módulos de ecologia, quando se fala de recursos não-renováveis. Nessas condições, de fato: a única preocupação que essa pessoa tem – pensando unicamente em questões de classe e sem entrar no mérito de questões psicológicas e/ou psiquiátricas – é estudar. Logo, não existe forma de, sendo habitante e natural de um país que passou por século de espólio colonial, não se falar das consequências dele. Em contrapartida, existem diversos estudantes no Brasil que passaram pelas situações mais adversas possíveis para conseguir acompanhar as aulas e o andamento do conteúdo durante a pandemia – e esses foram também incluídos na lógica meritocrática de “quem quer, sobe numa árvore e arruma sinal para assistir às aulas”, o que é de uma enorme canalhice. Foi em meio a esse cenário caótico que nasceu a ideia do Tem Cor pra mim, Verônica Gomes e Vinícius Machado: a ideia de que nós precisávamos criar materiais que fossem de acesso gratuito, que fossem atrativos, didáticos e que ao mesmo tempo fossem uma ponte entre a produção acadêmica e a sala de aula, porque professores de escolas públicas de todo o Brasil trabalharam infinitamente mais com ameaça de redução de salário – alguns, com redução real – e ainda sendo cobrados para produzir muito mais e nós, professores, precisamos nos ajudar.
Vários pensadores como Abdias do Nascimento, Lélia Gonzales, Sueli Carneiro – entre outros – já estão falando há décadas que não existe, no Brasil, análise de classe que não fale necessariamente de raça e vice-versa. Então, quando os demais idealizadores do Tem Cor No Ensino se reúnem, a questão de classe é fator preponderante para a análise da realidade que todos nós vivemos, mas alguns ainda não acessaram, outros preferem fingir que ela não existe e a maioria está sendo esmagada por ela.


Keilla Vila Flor Santos, 26, bacharel e licenciada em História pela Universidade de Brasília; mestranda em História Social pela UnB; professora da educação básica, trabalha com redes sociais e co-idealizadora do Tem Cor No Ensino.


Crédito da imagem de capa: Logo do projeto Tem Cor No Ensino.


Chão de Escola

Nos últimos anos, novos estudos acadêmicos têm ampliado significativamente o escopo e interesses da História Social do Trabalho. De um lado, temas clássicos desse campo de estudos como sindicatos, greves e a relação dos trabalhadores com a política e o Estado ganharam novos olhares e perspectivas. De outro, os novos estudos alargaram as temáticas, a cronologia e a geografia da história do trabalho, incorporando questões de gênero, raça, trabalho não remunerado, trabalhadores e trabalhadoras de diferentes categorias e até mesmo desempregados no centro da análise e discussão sobre a trajetória dos mundos do trabalho no Brasil.
Esses avanços de pesquisa, no entanto, raramente têm sido incorporados aos livros didáticos e à rotina das professoras e professores em sala de aula. A proposta da seção Chão de Escola é justamente aproximar as pesquisas acadêmicas do campo da história social do trabalho com as práticas e discussões do ensino de História. A cada nova edição, publicaremos uma proposta de atividade didática tendo como eixo norteador algum tema relacionado às novas pesquisas da História Social do Trabalho para ser desenvolvida com estudantes da educação básica. Junto a cada atividade, indicaremos textos, vídeos, imagens e links que aprofundem o tema e auxiliem ao docente a programar a sua aula. Além disso, a seção trará divulgação de artigos, entrevistas, teses e outros materiais que dialoguem com o ensino de história e mundos do trabalho.

A seção Chão de Escola é coordenada por Claudiane Torres da Silva, Luciana Pucu Wollmann do Amaral e Samuel Oliveira.

Vozes Comunistas #04: Afonso Delellis





Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ, que tem como objetivo discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.

“Vozes comunistas” é uma série especial do Vale Mais, podcast do LEHMT/UFRJ. Nessa série homenageamos o centenário do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e divulgamos áudios que permitem uma reflexão sobre as fortes e complexas relações entre o partido e os mundos do trabalho ao longo da história do país. A cada quinze dias, um trecho de uma entrevista de antigos sindicalistas, lideranças operárias e camponesas ou mesmo trabalhadores/as de base conta um pouco da história do PCB e sua importância para a história do trabalho no Brasil. Pesquisamos áudios em acervos públicos e particulares de todo o país, que serão apresentados por pesquisadores e historiadores especialistas na trajetória do partido. Em nosso quarto episódio, apresentamos trechos de uma entrevista com Afonso Delellis, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo cassado pelo golpe militar em 1964. A entrevista foi realizada em 1979 e sua íntegra encontra-se no Centro de Memória Sindical. Essa voz comunista é apresentada pela jornalista Carolina Ruy.

Projeto e execução: Ana Clara Tavares, Felipe Ribeiro, Larissa Farias e Paulo Fontes
Apoio: Centro de Documentação e Imagem da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Agradecemos às instituições e pesquisadores que gentilmente colaboraram com nosso projeto.

Referência da entrevista: Entrevista Afonso Delellis. 30.06.1979. Entrevistadores: Sérgio Gomes e Márcia Almeida. Centro de Memória Sindical.

Vale Mais #33: Jogo, logo existo: Futebol, conflito social e sociabilidade na formação da classe trabalhadora em Rio Grande, por Felipe Bresolin Vale Mais

Está no ar o quinto episódio da nova temporada do podcast Vale Mais, do LEHMT-UFRJ! Nesta temporada, convidamos pesquisadoras e pesquisadores para discutir projetos, livros e teses recentes que aprofundam debates interdisciplinares sobre os mundos do trabalho. No sexto episódio, conversamos com Felipe Treviso Bresolin, doutorando em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Felipe conversou com os entrevistadores do Vale Mais sobre o livro “Jogo, logo existo: Futebol, conflito social e sociabilidade na formação da classe trabalhadora em Rio Grande/RS (1901-1930)”, fruto de sua dissertação de mestrado, defendida em 2023. Não deixe também de compartilhar e acompanhar os próximos episódios! Entrevistadores: Ana Clara Tavares, Isabelle Pires, Josemberg Araújo, Larissa Farias e Thompson Clímaco Roteiro: Ana Clara Tavares, Isabelle Pires, Larissa Farias e Thompson Clímaco Produção: Ana Clara Tavares e Larissa Farias Edição: Josemberg Araújo e Thompson Clímaco Diretor da série: Thompson Clímaco Coordenadora geral do Vale Mais: Larissa Farias
  1. Vale Mais #33: Jogo, logo existo: Futebol, conflito social e sociabilidade na formação da classe trabalhadora em Rio Grande, por Felipe Bresolin
  2. Vale Mais #32: Breve dicionário analítico sobre a obra de Edward Palmer Thompson, por César Queirós e Marcos Braga
  3. Vale Mais #31: Saraiva, Dantas e Cotegipe: baianismo, escravidão e os planos para o pós-abolição no Brasil, por Itan Cruz
  4. Vale Mais #30: A cultura de luta antirracista e o movimento negro do século 21, por Thayara Lima
  5. Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes

Vale Mais #20: Cultura Negra e Mundos do Trabalho


Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ, que tem como objetivo discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.

O episódio #20 do Vale Mais é sobre a Cultura Negra e Mundos do Trabalho.

Neste episódio conversamos com a historiadora Juliana da Conceição Pereira que defendeu recentemente a sua tese de doutoramento intitulada “Da Cidade Nova aos palcos: uma história social do maxixe (1870 – 1930)” pela Universidade Federal Fluminense (UFF), vencedora do Prêmio Afonso Carlos Marques dos Santos do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, sob a orientação da professora Martha Abreu (UFF) e coorientação do professor Matthias Rohrig Assunção (Universidade de Essex, Inglaterra).
Interessada em clubes recreativos e dançantes organizados pelos trabalhadores desde a graduação (PUC-Rio) e o mestrado (UFF), Juliana defendeu em 2021 a tese na qual analisa o processo histórico em que gêneros populares, surgidos da cultura negra, foram alçados a símbolos da cultura nacional. Sua pesquisa se concentrou nos movimentos de transformação do maxixe para além de um ritmo musical, sendo analisado como um campo de disputas e negociações diversas no Rio de Janeiro entre 1870 e 1930.
Ao tratar de sua prática como historiadora, a entrevistada nos conta que seu interesse na temática do associativismo recreativo nasceu com seu ingresso como bolsista de iniciação científica durante a graduação na PUC-Rio, mas seu olhar a direcionou a focalizar questões de gênero dentro do tema e foi a partir dessa perspectiva que ela iniciou suas pesquisas. Além disso, na parte final da entrevista, Juliana chama atenção para a importância de se pensar os mundos do trabalho de forma racializada destacando o quanto uma abordagem interseccional possibilita refletir sobre como as várias opressões impactaram as pessoas e como elas agiram frente a isso reivindicando o direito ao trabalho, ao lazer e à cidade.    

Produção: Isabelle Pires, Heliene Nagasava e Larissa Farias
Roteiro: Isabelle Pires, Heliene Nagasava e Larissa Farias 
Apresentação: Larissa Farias 

Vale Mais #33: Jogo, logo existo: Futebol, conflito social e sociabilidade na formação da classe trabalhadora em Rio Grande, por Felipe Bresolin Vale Mais

Está no ar o quinto episódio da nova temporada do podcast Vale Mais, do LEHMT-UFRJ! Nesta temporada, convidamos pesquisadoras e pesquisadores para discutir projetos, livros e teses recentes que aprofundam debates interdisciplinares sobre os mundos do trabalho. No sexto episódio, conversamos com Felipe Treviso Bresolin, doutorando em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Felipe conversou com os entrevistadores do Vale Mais sobre o livro “Jogo, logo existo: Futebol, conflito social e sociabilidade na formação da classe trabalhadora em Rio Grande/RS (1901-1930)”, fruto de sua dissertação de mestrado, defendida em 2023. Não deixe também de compartilhar e acompanhar os próximos episódios! Entrevistadores: Ana Clara Tavares, Isabelle Pires, Josemberg Araújo, Larissa Farias e Thompson Clímaco Roteiro: Ana Clara Tavares, Isabelle Pires, Larissa Farias e Thompson Clímaco Produção: Ana Clara Tavares e Larissa Farias Edição: Josemberg Araújo e Thompson Clímaco Diretor da série: Thompson Clímaco Coordenadora geral do Vale Mais: Larissa Farias
  1. Vale Mais #33: Jogo, logo existo: Futebol, conflito social e sociabilidade na formação da classe trabalhadora em Rio Grande, por Felipe Bresolin
  2. Vale Mais #32: Breve dicionário analítico sobre a obra de Edward Palmer Thompson, por César Queirós e Marcos Braga
  3. Vale Mais #31: Saraiva, Dantas e Cotegipe: baianismo, escravidão e os planos para o pós-abolição no Brasil, por Itan Cruz
  4. Vale Mais #30: A cultura de luta antirracista e o movimento negro do século 21, por Thayara Lima
  5. Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes

Livros de Classe #15: A classe operária tem dois sexos, de Elisabeth Lobo, por Helena Hirata

Neste episódio de Livros de Classe, Helena Hirata, diretora de pesquisa emérita do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique) da França, apresenta o livro “A classe operária tem dois sexos: trabalho, dominação e resistência”, da socióloga Elisabeth Souza Lobo. A obra póstuma, lançada em 1991, é uma coletânea de artigos da autora sobre a heterogeneidade da classe operária a partir de pesquisas comparativas entre homens e mulheres nos mundos do trabalho.

Livros de Classe

Os estudantes de graduação são desafiados constantemente a elaborar uma percepção analítica sobre os diversos campos da história. Nossa série Livros de Classe procura refletir justamente sobre esse processo de formação, trazendo obras que são emblemáticas para professores/as, pesquisadores/as e atores sociais ligados à história do trabalho. Em cada episódio, um/a especialista apresenta um livro de impacto em sua trajetória, assim como a importância da obra para a história social do trabalho. Em um formato dinâmico, com vídeos de curtíssima duração, procuramos conectar estudantes a pessoas que hoje são referências nos mais diversos temas, períodos e locais nos mundos do trabalho, construindo, junto com os convidados, um mosaico de clássicos do campo.

A seção Livros de Classe é coordenada por Ana Clara Tavares.

Vozes Comunistas #03: Josefa Pureza





Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ, que tem como objetivo discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.

“Vozes comunistas” é uma série especial do Vale Mais, podcast do LEHMT/UFRJ. Nessa série homenageamos o centenário do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e divulgamos áudios que permitem uma reflexão sobre as fortes e complexas relações entre o partido e os mundos do trabalho ao longo da história do país. A cada quinze dias, um trecho de uma entrevista de antigos sindicalistas, lideranças operárias e camponesas ou mesmo trabalhadores/as de base conta um pouco da história do PCB e sua importância para a história do trabalho no Brasil. Pesquisamos áudios em acervos públicos e particulares de todo o país, que serão apresentados por pesquisadores e historiadores especialistas na trajetória do partido. Em nosso terceiro episódio, apresentamos trechos de uma entrevista de Josefa Pureza (originalmente concedida ao documentário “Josefa: uma mulher na luta camponesa”, dirigido por Luiz Claudio Lima e Roberto Maxwell). Pureza foi importante líder dos trabalhadores rurais da Baixada Fluminense nos anos 1960, quando participou da organização de diversos movimentos de mulheres. Essa voz comunista é apresentada pela historiadora Marlucia Souza.

Projeto e execução: Ana Clara Tavares, Felipe Ribeiro, Larissa Farias e Paulo Fontes
Apoio: Centro de Documentação e Imagem da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Agradecemos às instituições e pesquisadores que gentilmente colaboraram com nosso projeto.

Referência da entrevista: A entrevista é parte do documentário “Josefa – Uma mulher na luta camponesa”, dirigido por Roberto Maxwell e Luiz Cláudio Lima e produzido por Virtual Filmes com o apoio do Centro de Documentação e Memória da Baixada Fluminense e APPH-Clio, em 2002.

Vale Mais #33: Jogo, logo existo: Futebol, conflito social e sociabilidade na formação da classe trabalhadora em Rio Grande, por Felipe Bresolin Vale Mais

Está no ar o quinto episódio da nova temporada do podcast Vale Mais, do LEHMT-UFRJ! Nesta temporada, convidamos pesquisadoras e pesquisadores para discutir projetos, livros e teses recentes que aprofundam debates interdisciplinares sobre os mundos do trabalho. No sexto episódio, conversamos com Felipe Treviso Bresolin, doutorando em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Felipe conversou com os entrevistadores do Vale Mais sobre o livro “Jogo, logo existo: Futebol, conflito social e sociabilidade na formação da classe trabalhadora em Rio Grande/RS (1901-1930)”, fruto de sua dissertação de mestrado, defendida em 2023. Não deixe também de compartilhar e acompanhar os próximos episódios! Entrevistadores: Ana Clara Tavares, Isabelle Pires, Josemberg Araújo, Larissa Farias e Thompson Clímaco Roteiro: Ana Clara Tavares, Isabelle Pires, Larissa Farias e Thompson Clímaco Produção: Ana Clara Tavares e Larissa Farias Edição: Josemberg Araújo e Thompson Clímaco Diretor da série: Thompson Clímaco Coordenadora geral do Vale Mais: Larissa Farias
  1. Vale Mais #33: Jogo, logo existo: Futebol, conflito social e sociabilidade na formação da classe trabalhadora em Rio Grande, por Felipe Bresolin
  2. Vale Mais #32: Breve dicionário analítico sobre a obra de Edward Palmer Thompson, por César Queirós e Marcos Braga
  3. Vale Mais #31: Saraiva, Dantas e Cotegipe: baianismo, escravidão e os planos para o pós-abolição no Brasil, por Itan Cruz
  4. Vale Mais #30: A cultura de luta antirracista e o movimento negro do século 21, por Thayara Lima
  5. Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes

História Social do Trabalho e Movimentos Sociais, com Paulo Fontes

Paulo Fontes, professor do Instituto de História e coordenador do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ (LEHMT/UFRJ) concedeu entrevista a Valdei Lopes de Araújo, professor do Departamento de História da Universidade Federal de Ouro Preto e presidente da Associação Nacional de História (ANPUH) no canal do Youtube da ANPUH. Paulo fala sobre o atual momento do campo da história social do trabalho no Brasil e detalha o trabalho de divulgação científica e história publica realizado pelo LEHMT/UFRJ.

Chão de Escola #22: Os trabalhadores e o uso da Justiça do Trabalho durante a ditadura militar, por Paulo Henrique Silveira Damião



Paulo Henrique Silveira Damião



Apresentação da atividade

Segmento: Ensino Médio (3º ano)

Unidade temática: Ditadura Militar e os mundos do trabalho

Objetivos gerais:

– Refletir sobre as formas de lutas e resistências dos trabalhadores durante a ditadura militar;
– Relacionar o processo de autoritarismo com os impactos na vida dos trabalhadores;
– Caracterizar a Justiça do Trabalho como uma importante instituição de resistência.

Habilidades a serem desenvolvidas (de acordo com a BNCC):

(EF09HI19) Identificar e compreender o processo que resultou na ditadura civil-militar no Brasil e discutir a emergência de questões relacionadas à memória e à justiça sobre os casos de violação dos direitos humanos.

Duração da atividade:  

Aulas Planejamento
01Etapa 1
02Etapas 2
03Etapa 3 e 4
04Etapa 5
05Etapa 6

Conhecimentos prévios:

– Direitos e Leis Trabalhistas
– Políticas econômicas e sociais relacionadas aos mundos do trabalho
– Autoritarismo e repressão

Atividade

Recursos: Projetor, caixa de som, computador, quadro, fotocópia, caderno.

A atividade propõe uma reflexão a respeito dos impactos do autoritarismo da ditadura militar sobre a vida dos trabalhadores, procurando destacar a ação dos trabalhadores na busca por direitos através da Justiça do Trabalho e seus tribunais trabalhistas.

Etapa 1: Os direitos trabalhistas e a criação da Justiça do Trabalho

Para entendermos como se deu o recurso à Justiça do Trabalho durante a ditadura, pensando-o como uma forma de resistência às políticas autoritárias dos governos militares, é importante fazermos um recuo na história, voltando ao contexto de criação da Justiça do Trabalho e da consolidação dos direitos trabalhistas.
Foi durante a Era Vargas (1930-1945) que a sociedade viveu grandes transformações do ponto de vista trabalhista, sendo a Justiça do Trabalho (1934) e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT/1943) as principais delas.

Pergunte aos estudantes e dialogue com a turma sobre o que eles lembram e sabem sobre a relação de Getúlio Vargas com os direitos trabalhistas.
A conversa inicial tem o objetivo de situar os estudantes no contexto de criação dos direitos trabalhistas e recuperar informações que serão trabalhadas em aula.

Entregue aos alunos os documentos a seguir impressos ou projete-os na lousa.

Peça para os alunos pesquisar e responder às perguntas abaixo.

  1. Identifique e explique dois direitos do trabalho que constavam na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
  2. Qual a importância da criação da Justiça do Trabalho para as relações de trabalho no Brasil e cumprimento da CLT?  
  3. A partir da leitura dos documentos, explique porque é importante que abandonemos a noção de passividade dos trabalhadores durante o contexto da Era Vargas e da criação das leis trabalhistas?

A partir dos trechos e das respostas dos estudantes, conseguimos perceber que a elaboração dessa nova estrutura que visava regular as relações de trabalho se deu a partir de uma dinâmica política entre Estado e classe trabalhadora, na qual essas duas forças políticas arbitraram seus interesses, em uma espécie de “via de mão-dupla”.
Enfatize esse aspecto, para os estudantes perceberem que a classe trabalhadora não era passiva na relação com Vargas e o Estado, e que a Justiça do trabalho tem função política ainda hoje na vida da classe trabalhadora.


Etapa 2: O golpe civil-militar e a guinada autoritária

Recupere o debate feito sobre o conceito de direitos trabalhistas e Justiça do Trabalho na aula anterior, enfatize que ela ainda hoje é um dos principais meios para os trabalhadores acionarem seus direitos trabalhistas, e que, no contexto da ditadura civil militar, ela foi um meio para os trabalhadores reivindicarem direitos.
Leia e analise com os estudantes as alterações na política trabalhista realizada durante a ditadura através da leitura de trechos da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Explique para os alunos o que foi a CNV e sua importância para a análise da história do Brasil. Você pode transmitir o documento abaixo por meio de uma fotocópia ou projetá-los em sala de aula.

A partir de pesquisa e da leitura dos trechos do relatório da Comissão Nacional da Verdade, responda as perguntas abaixo:

  1. Qual era o principal objetivo dos governos militares em aprimorar o que havia de mais repressivo na CLT?
  2. Explique o que é:

a) Política do arrocho salarial;

b) Perda da estabilidade do emprego;

c) Desestruturação da organização dos trabalhadores.

3.Quais suas consequências para o desenvolvimento econômico e o mundo do trabalho?

Aqui o objetivo é explorar junto aos alunos as variadas formas de repressão utilizadas durante os governos militares. Quando se fala em repressão, logo vem à nossa mente as prisões arbitrárias, torturas físicas e psicológicas, assassinatos e outros tipos de violência. Sem dúvida, são fatos arrepiantes de um passado que não se pode e nem se deve esquecer.
No entanto, repressão também pode ser interpretada como algo que pune e não necessariamente precisa estar atrelado à violência explícita. No caso dos trabalhadores, é possível pautar as leis do arrocho salarial e as intervenções nos sindicatos também como formas de repressão, ou como políticas repressoras, tal como já destacado anteriormente.


Etapa 3: Aula expositiva e dialogada

Recupere as questões trabalhadas a partir do relatório da CNV e através de uma aula expositiva dialogada, explique o contexto social dos trabalhadores na ditadura civil-militar.
Abaixo, frisamos os eventos e conceitos que devem ser enfatizados na aula.
O golpe civil-militar que retirou João Goulart da Presidência da República, marcou, entre outras coisas, uma inflexão nos projetos políticos que eram direcionados aos trabalhadores. Antes, políticas que buscavam, minimamente, valorizar os trabalhadores; no pós-golpe, projetos autoritários que sacrificavam a força de trabalho.
A ditadura estabeleceu uma Lei de Greves que proibiu as greves, um dos principais movimentos de reivindicação trabalhista, as leis salariais, que impactaram negativamente nos salários.
Após o golpe de estado, o governo realizou intervenções federais nos sindicatos, cassando diretorias que tinham legitimidade entre os trabalhadores e organizavam protestos, e empossando diretores sindicais que eram pró-governo.
E promoveu uma política econômica que tinha em vista o arrocho salarial, unificou o salário mínimo nacional e estabeleceu um reajuste anual para o mesmo que não acompanhava os índices de inflação, que eram manipulados pelos governos militares.



Etapa 4: Análise de Imagens

Apresente aos alunos as imagens abaixo. A primeira retrata manifestação popular que denunciava a crise econômica que abatia os lares, sobretudo dos assalariados, devido às leis autoritárias do “arrocho salarial”.

Imagem I: Manifestações contra o “arrocho salarial”

Fonte: Autoria desconhecida. Imagem retirada do livro Como pode um povo vivo viver nesta carestia, de Thiago Nunes Monteiro (Monteiro, 2017).

Imagem II: Charge satirizando o elevado custo de vida

Fonte: Charge de Otávio, sobre Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda e Planejamento da ditadura, publicada na Folha de São Paulo em 24 de junho de 2020. Disponível em: <https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1670143221443064-charges-da-folha-sobre-a-ditadura>. Acesso em: 29/03/2022.

Analise as imagens e responda as questões abaixo.

  1. Descreva as pessoas que fazem parte da imagem 1.
  2. Qual a pauta/objetivo da manifestação?
  3. Qual a principal crítica presente na charge da imagem 2?



Etapa 5: O recurso à Justiça do Trabalho como forma de garantia e conquista de novos direitos

A mudança de conjuntura marcada pelo golpe de 1964 pode ser percebida através dos processos da Justiça do Trabalho. A experiência democrática vivida anteriormente, na qual trabalhadores e sindicatos tiveram grande expressão política, foi, de fato, rompida. Com a ditadura militar, trabalhadores e sindicatos perderam espaços importantes para a defesa de seus direitos, senão todos, com exceção da Justiça do Trabalho.
Na Justiça do Trabalho, os trabalhadores reivindicavam aumentos salariais reais, além de benefícios como gratificações, redução da jornada de trabalho, salário mínimo (piso salarial), seguro de vida, alimentação, pagamento de férias em dobro, entre outros.
Projete o documento a baixo (ata de abertura de um processo trabalhista), que serve como exemplo das reivindicações trabalhistas e suas justificações, e leia junto com os alunos.

Após a leitura coletiva do documento, responda as questões abaixo.

  1. Identifique a entidade que procura se posicionar na justiça do trabalho.
  2. Quais as reivindicações dos trabalhadores bancários?
  3. Contextualize as reivindicações com o contexto político e social dos trabalhadores na ditadura.
  4. Na sua opinião, as reivindicações dos trabalhadores na Justiça do Trabalho são legítimas?Elas foram atendidas pela Justiça do Trabalho? Justifique sua resposta.

Explique para os estudantes que dados de processos julgados pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, com sede em Belo Horizonte/MG, demonstram que os trabalhadores e suas representações sindicais acumularam uma série de conquistas. Categorias de Juiz de Fora conseguiram ter aumentos salariais acima dos índices fornecidos pelos governos da ditadura; trabalhadores de instituições financeiras conquistaram redução da jornada de trabalho para 6 horas, com a categoria equiparada à dos bancários; motoristas de ônibus passaram a ter direito a uma diária remuneratória por dia trabalhado fora da sede; entre outras.


Etapa 6: Atividade final

Como atividade de conclusão e síntese, divida a sala em grupo e solicite que escrevam uma petição para ser encaminhada na Justiça do Trabalho. Depois, o documento produzido pelos estudantes, será debatido em grupo.

Escreva uma petição à Justiça do Trabalho.

1º passo: Cada grupo deverá escolher uma categoria trabalhista (bancários, metalúrgicos, trabalhadores do comércio ou tecelões).
2º passo: A partir da especificidade de cada profissão, que poderá ser pesquisa previamente, os alunos elaborarão de 3 a 5 reivindicações trabalhistas que servirão para abertura de um processo na Justiça do Trabalho.
3º passo: após a escolha das reivindicações, os alunos deverão elaborar uma pequena justificativa para cada demanda que será levada à Justiça, levando-se em consideração um contexto autoritário.
4º passo: concluída essa parte, um grupo irá analisar as demandas do outro grupo e, sendo um direito importante e necessário para aquela categoria, validar ou não suas reivindicações.
5º passo: por fim, o professor poderá propor uma discussão final a partir das demandas trabalhistas aprovadas por cada grupo.



Bibliografia e Material de apoio:

BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Relatório, v. II, textos temáticos/Comissão Nacional da Verdade. Brasília: CNV, 2014.

DAMIÃO, Paulo Henrique Silveira. A balança de Têmis e tempos sombrios: Justiça do Trabalho, trabalhadores e ditadura em Juiz de Fora (1964-1974). Dissertação (Mestrado em História). Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2019.

JUIZ DE FORA. Memórias da repressão: relatório da Comissão Municipal da Verdade de Juiz de Fora. Juiz de Fora: MAMM, 2015.

MONTEIRO, Thiago Nunes. Como pode um povo vivo viver nesta carestia. São Paulo: Martins Fontes, 2017.

MOREL, Regina Lúcia M.; PESSANHA, Elina G. da Fonte. A Justiça do Trabalho. Tempo Social, v. 19, n. 2, nov. 2007.

REIS, Daniel Aarão. Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 à Constituição de 1988. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

Depoimentos Comissão Municipal da Verdade de Juiz de Fora: <https://www.ufjf.br/comissaodaverdade/depoimentos/> SILVA, Fernando Teixeira da. Trabalhadores no Tribunal: conflitos e Justiça do Trabalho em São Paulo no contexto do Golpe de 1964. 2ª ed. São Paulo: Alameda, 2019.


Créditos da imagem de capa: Operários da Construção Civil. 05 de agosto de 1979. REG.: P&B 1/02/0090, sob guarda do Centro de Memória do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT3). 



Chão de Escola

Nos últimos anos, novos estudos acadêmicos têm ampliado significativamente o escopo e interesses da História Social do Trabalho. De um lado, temas clássicos desse campo de estudos como sindicatos, greves e a relação dos trabalhadores com a política e o Estado ganharam novos olhares e perspectivas. De outro, os novos estudos alargaram as temáticas, a cronologia e a geografia da história do trabalho, incorporando questões de gênero, raça, trabalho não remunerado, trabalhadores e trabalhadoras de diferentes categorias e até mesmo desempregados no centro da análise e discussão sobre a trajetória dos mundos do trabalho no Brasil.
Esses avanços de pesquisa, no entanto, raramente têm sido incorporados aos livros didáticos e à rotina das professoras e professores em sala de aula. A proposta da seção Chão de Escola é justamente aproximar as pesquisas acadêmicas do campo da história social do trabalho com as práticas e discussões do ensino de História. A cada nova edição, publicaremos uma proposta de atividade didática tendo como eixo norteador algum tema relacionado às novas pesquisas da História Social do Trabalho para ser desenvolvida com estudantes da educação básica. Junto a cada atividade, indicaremos textos, vídeos, imagens e links que aprofundem o tema e auxiliem ao docente a programar a sua aula. Além disso, a seção trará divulgação de artigos, entrevistas, teses e outros materiais que dialoguem com o ensino de história e mundos do trabalho.

A seção Chão de Escola é coordenada por Claudiane Torres da Silva, Luciana Pucu Wollmann do Amaral e Samuel Oliveira.

Livros de Classe #14: Os andarilhos do bem, de Carlo Ginzburg, por Adalberto Paz

Neste vídeo, Adalberto Paz, professor da Universidade Federal do Amapá (Unifap), apresenta a obra Os andarilhos do bem: feitiçaria e cultos agrários nos séculos XVI e XVII, de Carlo Ginzburg. Lançado em 1966, o livro, assim como seu autor, é importante referência para metodologia de pesquisa histórica de grupos sociais subalternizados.  

Livros de Classe

Os estudantes de graduação são desafiados constantemente a elaborar uma percepção analítica sobre os diversos campos da história. Nossa série Livros de Classe procura refletir justamente sobre esse processo de formação, trazendo obras que são emblemáticas para professores/as, pesquisadores/as e atores sociais ligados à história do trabalho. Em cada episódio, um/a especialista apresenta um livro de impacto em sua trajetória, assim como a importância da obra para a história social do trabalho. Em um formato dinâmico, com vídeos de curtíssima duração, procuramos conectar estudantes a pessoas que hoje são referências nos mais diversos temas, períodos e locais nos mundos do trabalho, construindo, junto com os convidados, um mosaico de clássicos do campo.

A seção Livros de Classe é coordenada por Ana Clara Tavares.

Vozes Comunistas #02: Hércules Corrêa





Vale Mais é o podcast do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ, que tem como objetivo discutir história, trabalho e sociedade, refletindo sobre temas contemporâneos a partir da história social do trabalho.

“Vozes comunistas” é uma série especial do Vale Mais, podcast do LEHMT/UFRJ. Nessa série homenageamos o centenário do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e divulgamos áudios que permitem uma reflexão sobre as fortes e complexas relações entre o partido e os mundos do trabalho ao longo da história do país. A cada quinze dias, um trecho de uma entrevista de antigos sindicalistas, lideranças operárias e camponesas ou mesmo trabalhadores/as de base conta um pouco da história do PCB e sua importância para a história do trabalho no Brasil. Pesquisamos áudios em acervos públicos e particulares de todo o país, que serão apresentados por pesquisadores e historiadores especialistas na trajetória do partido. Em nosso segundo episódio, apresentamos trechos de uma entrevista realizada com o dirigente sindical têxtil do Rio de Janeiro e um dos líderes do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) no pré-1964, Hércules Corrêa (a íntegra da entrevista encontra-se no Arquivo Edgard Leuenroth da Unicamp). Essa voz comunista é apresentada pela professora da Universidade do Estado da Bahia, Camila Oliver.

Projeto e execução: Ana Clara Tavares, Felipe Ribeiro, Larissa Farias e Paulo Fontes
Apoio: Centro de Documentação e Imagem da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Agradecemos às instituições e pesquisadores que gentilmente colaboraram com nosso projeto.

Referência da entrevista: Depoimento de Hércules Corrêa. Sem data. Arquivo Edgard Leuenroth: Fundo Partido Cominista Brasileiro. Código de referência: BR SPAEL PCB Vd/00094.

Vale Mais #33: Jogo, logo existo: Futebol, conflito social e sociabilidade na formação da classe trabalhadora em Rio Grande, por Felipe Bresolin Vale Mais

Está no ar o quinto episódio da nova temporada do podcast Vale Mais, do LEHMT-UFRJ! Nesta temporada, convidamos pesquisadoras e pesquisadores para discutir projetos, livros e teses recentes que aprofundam debates interdisciplinares sobre os mundos do trabalho. No sexto episódio, conversamos com Felipe Treviso Bresolin, doutorando em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Felipe conversou com os entrevistadores do Vale Mais sobre o livro “Jogo, logo existo: Futebol, conflito social e sociabilidade na formação da classe trabalhadora em Rio Grande/RS (1901-1930)”, fruto de sua dissertação de mestrado, defendida em 2023. Não deixe também de compartilhar e acompanhar os próximos episódios! Entrevistadores: Ana Clara Tavares, Isabelle Pires, Josemberg Araújo, Larissa Farias e Thompson Clímaco Roteiro: Ana Clara Tavares, Isabelle Pires, Larissa Farias e Thompson Clímaco Produção: Ana Clara Tavares e Larissa Farias Edição: Josemberg Araújo e Thompson Clímaco Diretor da série: Thompson Clímaco Coordenadora geral do Vale Mais: Larissa Farias
  1. Vale Mais #33: Jogo, logo existo: Futebol, conflito social e sociabilidade na formação da classe trabalhadora em Rio Grande, por Felipe Bresolin
  2. Vale Mais #32: Breve dicionário analítico sobre a obra de Edward Palmer Thompson, por César Queirós e Marcos Braga
  3. Vale Mais #31: Saraiva, Dantas e Cotegipe: baianismo, escravidão e os planos para o pós-abolição no Brasil, por Itan Cruz
  4. Vale Mais #30: A cultura de luta antirracista e o movimento negro do século 21, por Thayara Lima
  5. Vale Mais #29: The Second World War and the Rise of Mass Nationalism in Brazil, por Alexandre Fortes